ATA DA TRIGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 22-5-2006.
Aos vinte e dois dias do mês de maio do ano de dois
mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e dez minutos, foi realizada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli
Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Claudio
Sebenelo, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos
Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Margarete Moraes, Neuza Canabarro e Sofia
Cavedon. Constatada
a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu
Brasinha, Carlos Todeschini, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias
Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Manuela d'Ávila, Maria Celeste, Mario
Fraga, Maristela Maffei, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulo Odone, Professor Garcia,
Raul Carrion, Sebastião Melo e Valdir Caetano. À Mesa foram encaminhados: pelo Vereador
Adeli Sell, os Pedidos de Providência nos 1200, 1201, 1202, 1203 e
1204/06 (Processos nos 2882, 2883, 2884, 2885 e
2886/06, respectivamente), os Pedidos de Informação nos 129, 130, 131, 132 e 133/06 (Processos nos 2867, 2869, 2870, 2871 e 2872/06, respectivamente)
e o Projeto de Lei do Legislativo nº 100/06 (Processo nº 2589/06); pelo
Vereador Dr. Pinto, o Pedido de Providência nº 0861/06 (Processo nº 2235/06);
pelo Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de Providência nos 1088, 1089, 1090, 1091, 1092, 1093, 1094, 1095,
1096, 1097, 1098, 1099, 1100, 1101, 1102, 1103, 1104, 1105, 1106, 1107, 1108,
1109, 1110, 1111 e 1112/06 (Processos nos 2689, 2690, 2691, 2692,
2693, 2694, 2695, 2696, 2697, 2698, 2699, 2700, 2701, 2702, 2703, 2704, 2705,
2706, 2707, 2708, 2709, 2710, 2711, 2712 e 2713/06, respectivamente); pelo
Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providência nos 1165, 1169, 1170 e 1171/06 (Processos nos 2774, 2822, 2823 e 2824/06, respectivamente); pelo
Vereador José Ismael Heinen, os Pedidos de Providência nos 1148 e 1179/06 (Processos nos 2752 e 2843/06, respectivamente); pelo Vereador Luiz
Braz, o Pedido de Providência nº 1178/06 (Processo nº 2831/06); pela Vereadora
Margarete Moraes, o Projeto de Lei do Legislativo nº 106/06 (Processo nº 2664/06).
Também, foi apregoado o Ofício nº 398/06 (Processo nº 2915/06), de autoria do Senhor
Prefeito Municipal de Porto Alegre, informando que se ausentará do Município
das oito às vinte e duas horas de hoje, quando viajará a Brasília – DF –, para
assinar Protocolos de Intenções referentes às contratações de financiamento para
o setor de saneamento – Seleção Pública do Programa de Saneamento para Todos –
1ª Chamada. Do
EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 365/06, do Senhor Prefeito Municipal
de Porto Alegre; 10128446, 10125750, 10126367, 10126697 e 10132244/06, do Fundo
Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Na ocasião, o
Senhor Presidente determinou
a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Vigésima Quinta, Vigésima
Sexta, Vigésima Sétima, Vigésima Oitava e Vigésima Nona Sessões Ordinárias, que
deixaram de ser votadas, em face da inexistência de quórum deliberativo. A seguir, foi registrada a
presença do Vereador Nadir Flores da Rocha, do Partido do Movimento Democrático
Brasileiro, do Município de Gravataí – RS. Após, o Senhor Presidente concedeu a
palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Rosaura Pech Leoni, Vice-Presidenta do
Clube da Orquídea de Porto Alegre – COPA –, que discorreu sobre as atividades
desenvolvidas pela entidade representada por Sua Senhoria, informando que o
COPA não possui fins lucrativos, sendo voltado ao estudo e à preservação das
orquídeas do Rio Grande do Sul. Ainda, solicitou o apoio dos Senhores
Vereadores para que seja permitida a permanência dessa instituição, de forma
gratuita, no Orquidário Municipal do Parque Farroupilha, destacando a
importância da reforma desse espaço para seu pleno uso pela população. Na oportunidade,
nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Claudio Sebenelo, Mônica
Leal, José Ismael Heinen, Neuza Canabarro, Bernardino Vendruscolo, Adeli Sell e Clênia
Maranhão
manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Também, a Senhora Rosaura Pech Leoni procedeu à entrega, ao
Senhor Presidente, de documentação atinente aos projetos desenvolvidos pelo
Clube da Orquídea de Porto Alegre, e o Vereador João Antonio Dib formulou
Questão de Ordem, manifestando-se acerca do pronunciamento efetuado pelo
Vereador Adeli Sell nos termos do artigo 206 do Regimento. Às quatorze horas e
quarenta e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às quatorze horas e quarenta e cinco minutos, constatada a existência
de quórum. Em seguida, foi apregoado o Memorando nº 150/06, firmado pelo
Vereador Dr. Goulart, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio
do qual Sua Excelência informa que o Vereador Raul Carrion se encontra
representando externamente este Legislativo na Audiência Pública da Comissão
Mista Especial para o Salário Mínimo, do Senado Federal, realizada hoje na Assembléia Legislativa do
Estado do Rio Grande do Sul. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Ibsen
Pinheiro aludiu à retirada da indicação do nome do Senhor Anthony Garotinho
como candidato à Presidência da República, defendendo a reabertura, pelo PMDB,
das discussões referentes ao lançamento de candidatura própria nas eleições
presidenciais deste ano. Nesse sentido, apoiou o nome do Senador Pedro Simon
como a melhor alternativa desse Partido para aglutinar as forças políticas
brasileiras e assumir a direção do Governo Federal. O Vereador Haroldo de Souza
declarou que o Poder Legislativo deve priorizar a busca de solução aos
problemas enfrentados quotidianamente pelos cidadãos, propugnando por maior
praticidade e agilidade no trabalho dos Senhores Vereadores. Ainda, avaliou a
conjuntura política brasileira, sugerindo a construção de um pacto nacional
suprapartidário, para que seja viabilizada uma atuação conjunta que resulte em
melhorias reais na qualidade de vida da população. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador
Luiz Braz reportou-se ao pronunciamento de hoje do Vereador Haroldo de Souza,
em Grande Expediente, relativo à conjuntura brasileira atual, concordando com a
constituição de um pacto político nacional, mas atentando para as dificuldades
de definição de propostas que unifiquem os diferentes setores da sociedade.
Também, abordou a indicação do Senador Pedro Simon como pré-candidato do PMDB
às eleições presidenciais de outubro deste ano. O Vereador Cassiá Carpes
criticou a gestão do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que esse
político não viabiliza aos Estados e Municípios o acesso aos recursos necessários
para garantir um real crescimento do País. Da mesma forma, ressaltou que os
investimentos federais na área de segurança pública foram reduzidos no ano de
dois mil e cinco e propugnou por reformas na legislação eleitoral como meio de
inibir a corrupção e qualificar os partidos políticos. A seguir, a Vereadora
Manuela d’Ávila manifestou-se, registrando ter participado, hoje, no auditório
do Memorial do Rio Grande do Sul, da solenidade de entrega, pelo Ministério
Público, de documentos do arquivo pessoal do ex-Ministro Tarso Dutra ao Acervo
da Luta Contra a Ditadura, os quais serão disponibilizados para acesso da
população e se referem ao período em que o Brasil foi governado pelo Regime
Militar, após o ano de mil novecentos e sessenta e quatro. Em COMUNICAÇÕES, a
Vereadora Neuza Canabarro comentou matéria publicada no jornal “O Sul” do dia
vinte de maio do corrente, intitulada “Inédita a parceria da Secretaria de
Educação do Município com a Universidade”. Quanto ao assunto, destacou que a
implantação de convênios do Governo Municipal com instituições de ensino
superior já é prática antiga na Cidade, sendo caracterizada pelo incentivo à
pesquisa pedagógica e por apresentar resultados benéficos à comunidade escolar.
A seguir, por solicitação dos Vereadores João Antonio Dib e Carlos Comassetto,
foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma, respectivamente, ao
Coronel Ruy Medeiros, ex-Diretor-Geral do Departamento Municipal de Habitação,
falecido ontem, e ao Senhor Dyrson Cattani, estilista gaúcho falecido no dia
vinte de maio do corrente. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Ibsen Pinheiro asseverou
que o Brasil precisa de uma reforma político-institucional que melhore o
sistema representativo, frisando que o voto proporcional puro e a possibilidade
de coligação de Partidos incentivam a criação excessiva de legendas e a
infidelidade partidária. Nesse sentido, defendeu mecanismos de representação
que induzam à aglutinação de propostas ideológicas afins, propiciando um quadro
de maior qualificação do processo eleitoral brasileiro. A Vereadora Mônica Leal
examinou a crise observada na área de segurança pública no Estado de São Paulo,
enfatizando que os problemas nesse setor vêm se agravando nos últimos anos e
exigem do Governo Federal medidas mais efetivas de combate à criminalidade.
Ainda, citou projetos sobre o tema, a serem votados em regime de urgência pelo
Congresso Nacional, questionando as razões pelas quais essas propostas não
foram analisadas com mais agilidade por aquela Casa Legislativa. A Vereadora
Clênia Maranhão aludiu ao Dia da Solidariedade e à 23ª Maratona de Porto Alegre,
ocorridos, respectivamente, nos dias vinte e vinte e um de maio do corrente. Também, reportou-se ao encerramento do
ciclo de Assembléias Regionais e Temáticas do Programa de
Orçamento Participativo do Município e saudou
a assinatura de Protocolo de Intenções pelo Governo Municipal e o Ministério
das Cidades, para financiamento de obras do Programa Integrado Socioambiental. Em PAUTA,
Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 092/06, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib
e José Ismael Heinen, e 096/06, discutido pela Vereadora Margarete Moraes, o
Projeto de Resolução nº 068/06, discutido pela Vereadora Margarete Moraes; em
2ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 097/06, os Projetos de Lei do
Executivo nos 016 e 017/06, discutidos pelos Vereadores João Antonio
Dib e Carlos Todeschini; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos
067, 089, 063/06, este discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e José Ismael
Heinen, e 068/06, discutido pela Vereadora Margarete Moraes e pelos Vereadores
Carlos Comassetto e Carlos Todeschini; o Projeto de Resolução nº 073/06,
discutido pelo Vereador Carlos Comassetto; o Substitutivo nº 01 ao Projeto de
Resolução nº 110/05, discutido pela Vereadora Margarete Moraes. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen rechaçou declarações do Senhor Luiz
Inácio Lula da Silva, Presidente da República, acerca da responsabilidade dos
Governos no combate à criminalidade. Também, formulou críticas às políticas
desenvolvidas pelo Brasil na área de incentivo à produção agropecuária, ao
pagamento de juros externos e ao investimento em obras internacionais,
principalmente na Colômbia e na Venezuela. O Vereador Mario Fraga registrou a
realização, ontem, no Bairro Belém Novo, de atividades referentes ao Dia da
Solidariedade, destacando o grande número de pessoas presentes e salientando a
importância desse evento para a comunidade da Zona Sul de Porto Alegre. Sobre o
assunto, agradeceu o apoio de empresas e organizações não-governamentais para a
concretização dessas atividades e informou serviços relevantes oferecidos
gratuitamente à população durante esse Dia. A seguir, foi apregoado
Requerimento de autoria da Vereadora Maria Celeste, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde no dia de hoje, tendo a Senhora Presidenta declarado
empossado na vereança o Suplente Gerson Almeida, informando que Sua Excelência
integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança
Urbana. Na ocasião, foram apregoadas Declarações firmadas pela Vereadora Sofia
Cavedon, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento dos Suplentes Marcelo
Danéris e Guilherme Barbosa em assumirem a vereança no dia de hoje, em
substituição à Vereadora Maria Celeste. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elói
Guimarães discorreu acerca da situação política, social e econômica do Brasil,
posicionando-se favoravelmente à união dos Partidos Políticos em busca de
soluções viáveis para os problemas urgentes do País. Nesse contexto, analisou a
atuação do Governo Estadual de São Paulo na resposta dada às rebeliões ocorridas
em presídios e aos atentados sofridos por policiais, desaprovando a realização
de negociações entre autoridades e detentos. O Vereador João Antonio Dib cobrou
dos Senhores Vereadores maior observância do artigo 229 do Regimento, que
condiciona a utilização de Comunicação de Líder para assuntos urgentes e de
excepcional importância, tendo de ser submetido preliminarmente à consideração
do Presidente dos trabalhos. Sobre esse tema, referiu-se à manifestação da
Comissão de Constituição de Justiça, confirmando a posição de Sua Excelência
sobre a forma de utilização desse período. Na oportunidade, em face do
pronunciamento anterior do Vereador João Antonio Dib, a Senhora Presidenta
prestou esclarecimentos acerca dos critérios utilizados pela Mesa Diretora para
a concessão de Comunicação de Líder aos Senhores Vereadores, tendo os
Vereadores Nereu D'Avila, Claudio Sebenelo e João Antonio Dib se manifestado
sobre o assunto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Comassetto replicou
críticas ao Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República,
contestando a postura adotada por veículos de imprensa e por políticos em
relação ao desempenho do Executivo Federal. Ainda, elogiou as ações do Governo
brasileiro no combate ao crime organizado, chamando a atenção para ações da
Polícia Federal e para o aumento das verbas repassadas para a segurança pública
no Rio Grande do Sul. O Vereador Professor Garcia, registrando o transcurso, no
dia vinte de maio, do Dia da Solidariedade, noticiou a disponibilização de
número de telefone da Prefeitura Municipal para o Disque Solidariedade, de
acordo com a Lei Municipal nº 9.717/05. Em relação ao assunto, sublinhou a relevância
desse canal de comunicação para a realização de doações pela população
porto-alegrense, ressaltando que esses donativos serão de grande ajuda para as
comunidades de baixa renda. O Vereador Claudio Sebenelo formulou críticas à atuação
do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República, à frente do Governo
Federal, desaprovando a atuação do Brasil no combate ao crime organizado e à
corrupção. Além disso, sustentou que os investimentos de recursos em segurança
pública foram reduzidos nos últimos anos e refutou a posição do Governo Federal
em relação aos assassinatos de policiais ocorridos em São Paulo. Após, em face
de Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos Vereadores Nereu D'Avila,
Bernardino Vendruscolo, Haroldo de Souza e Manuela d'Ávila,o Senhor Presidente
prestou esclarecimentos acerca da ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei defendeu seu direito de
utilizar a palavra em Comunicação de Líder, argumentando que não participou da
reunião do Colégio de Líderes que deliberou sobre a ordem dos trabalhos da
presente Sessão. Também, consternou-se com os assassinatos do empresário Luiz
Amaro Baptista, ocorrido em Lajeado, e de jovem morto em tentativa de assalto
no Bairro Cidade Baixa. Em prosseguimento, constatada a existência de quórum,
foi iniciada a ORDEM DO DIA. Às dezessete horas e onze minutos, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta de
Comissões Permanentes, sendo retomados às dezessete horas e quarenta e três
minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, a Vereadora Sofia Cavedon
formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem de apreciação da
matéria constante na Ordem do Dia, tendo o Vereador Nereu D'Avila se
manifestado e o Senhor Presidente prestado esclarecimentos acerca do assunto.
Em continuidade, a Vereadora Sofia Cavedon retirou o Requerimento verbal
anteriormente referido. Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo
Vereador Luiz Braz, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante
na Ordem do Dia, conforme definido pelo Colégio de Líderes na manhã de hoje.
Foi votado Requerimento de autoria do Vereador Aldacir Oliboni, solicitando o
adiamento, por uma Sessão, da votação do Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº
007/05, o qual obteve treze votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos
Vereadores João Antonio Dib, Aldacir Oliboni, Nereu D'Avila, Sofia Cavedon e
Sebastião Melo, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo,
tendo votado os Vereadores Alceu Brasinha, Cassiá Carpes, Claudio Sebenelo,
Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, José Ismael
Heinen, Mario Fraga, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Sebastião Melo e Valdir
Caetano, votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente, em face da
inexistência de quórum deliberativo. Na ocasião, em face de Questões de Ordem e
manifestações formuladas pelos Vereadores Ervino Besson, Haroldo de Souza, João
Antonio Dib, Mario Fraga, Nereu D'Avila e Sofia Cavedon, o Senhor Presidente
prestou esclarecimentos acerca do processo de votação e da desobrigação da manifestação
de voto do Vereador Aldacir Oliboni no Requerimento apreciado anteriormente. Na
oportunidade, por solicitação do Vereador Ervino Besson, foi realizada a
leitura dos nomes dos Vereadores que votaram no Requerimento de autoria do Vereador
Aldacir Oliboni, acima referido. Às dezoito horas e treze minutos, constatada a
inexistência de quórum deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Dr. Goulart, Luiz Braz, Margarete Moraes, Valdir Caetano e Carlos Todeschini,
este nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados
pelo Vereador Haroldo de Souza. Do que eu, Haroldo de Souza, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em avulsos e
aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE
(Luiz Braz): Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, queremos saudar o Líder do PMDB na Câmara Municipal de Gravataí,
Ver. Nadir Flores da Rocha, que nos visita. Seja bem-vindo a esta Casa.
Passamos à
A
Srª Rosaura Pech Leoni, representando o Clube da Orquídea de Porto Alegre, o
COPA, está com palavra para tratar de assunto relativo à situação da
Instituição no Orquidário Municipal do Parque Farroupilha, pelo tempo
regimental de 10 minutos.
A SRA. ROSAURA PECH
LEONI: Boa-tarde, Sr. Presidente e Srs. Vereadores. O
Clube da Orquídea de Porto Alegre é uma entidade que foi fundada dentro do
Parque Farroupilha. É uma entidade preservacionista que vem desempenhando um
trabalho durante todo esse tempo em prol do meio ambiente, em prol da
preservação principalmente das orquídeas do Rio Grande do Sul, com o apoio,
desde a sua fundação, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Prefeitura
Municipal de Porto Alegre.
Nós tínhamos
tramitando, junto à SMAM e à Prefeitura, um contrato de apoio mútuo para
oficializar o nosso trabalho durante esse período e nos anos seguintes.
Estávamos dando apoio técnico, que é o que a nossa entidade pode fazer, em
troca da cedência do espaço. Nós ministrávamos cursos gratuitos para a
população, sem ônus e sempre enfocando a preservação ambiental não só das
orquídeas, porque, para termos as orquídeas, temos que ter as matas
preservadas;
nós também enfocávamos a questão do uso do xaxim, que é proibido por Lei
Federal, conseguíamos mostrar para as pessoas que existem e que são viáveis
outras formas de cultivarmos orquídeas. Sempre tivemos o apoio e o aval da SMAM
e da Prefeitura para termos, dentro do Orquidário Municipal, os nossos
produtores gaúchos cadastrados na SEMA, eles podiam oferecer para o público as
plantas a um custo muito baixo, evitando exatamente que fossem feitas coletas
predatórias.
Durante todo esse tempo, nós estivemos 365 dias
por ano à disposição da administração do Parque para qualquer eventualidade.
Volto a dizer: 365 dias por ano estivemos à disposição, sem ônus, nada! Nós
temos um diretor técnico dentro do Clube da Orquídea de Porto Alegre que, hoje,
também é o nosso presidente; é um Biólogo com mestrado em orquídeas, uma pessoa
capacitada a dar toda e qualquer orientação necessária ao cultivo das nossas
orquídeas dentro do Orquidário. Orquidário esse com 54 anos, patrimônio tombado
dentro da nossa Cidade.
Infelizmente, toda a nossa dedicação, todo o
nosso trabalho, parece que não foram reconhecidos. No ano passado, em setembro,
foi-nos comunicado que teríamos de passar a pagar para poder usar o Orquidário.
Nós fazemos somente três exposições por ano dentro do Orquidário, mas estávamos
365 dias por ano à disposição! Nossas datas eram marcadas e acertadas pela
Prefeitura e pela SMAM, não tínhamos liberdade de datas. Desde o nosso início,
tudo foi acertado em conjunto. Mas nos foi pedido, no ano passado, depois de
quatro anos lá dentro, que pagássemos pelo espaço. Somos uma entidade sem fins
lucrativos, não visamos lucro em nenhum dos nossos trabalhos; visamos a preservação
ambiental, somos uma entidade preservacionista.
Agora, no início deste mês, teríamos uma outra
exposição que pegaria o final de semana do Dia das Mães. Nossas exposições têm
nove dias de duração e acontece dentro do Orquidário. No início de abril, foi-nos
reafirmado, mais uma vez, que não poderíamos nos esquecer de pagar pelo espaço.
Lembramos à administração do Parque, lembramos à SMAM que somos uma entidade
sem fins lucrativos, que não teríamos como pagar. Um pouco antes do início da
nossa exposição, fomos novamente lembrados de que teríamos que pagar. Então,
dissemos: “Nós não temos dinheiro, temos o trabalho”. Se fossem pagar alguém
para trabalhar pelo Orquidário, algum técnico especializado, uma entidade que
se dedicasse, talvez saísse muito mais caro do que simplesmente nos cederem o
espaço. Aí nos disseram que, se não tínhamos dinheiro para pagar, deveríamos
colocar insumos para dentro do Orquidário. Ora, Srs. Vereadores, quem não tem
dinheiro para pagar não tem dinheiro para colocar insumos dentro do Orquidário!
Caso alguns dos senhores tenha ido ao Orquidário
Municipal há uns cinco anos, caso alguns dos senhores vá hoje lá, vão ver que
as condições do Orquidário mudaram drasticamente a partir do momento que nós
nos dedicamos, que nós trabalhamos lá dentro. A própria população, nas nossas
primeiras exposições, nem sabia que existia um Orquidário Municipal, não sabia
onde ele se localizava. Hoje em dia, as pessoas nos telefonam, vão na
administração do Parque, porque eles estão esperando essa oportunidade de, mais
uma vez, não só apreciar as orquídeas - alguns podem pensar que a visita
consiste em só olhar uma flor -, mas ir lá para conversar conosco, para
aprender, para trocar idéias. Hoje muitas escolas deixam de fazer visitas
orientadas durante a nossa exposição, porque não podemos mais estar lá. Nós
fazíamos essas visitas com qualquer escola de Porto Alegre, seja particular,
estadual ou municipal. As crianças podiam ir lá aprender um pouco mais conosco,
aprender a preservar o que nós ainda temos de recursos naturais.
Com relação ao turismo, nós tivemos, muitas
vezes, nos visitando não só pessoas de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul, como
também de todo o Brasil. Temos registradas, nos nossos livros de visita,
pessoas de várias partes do mundo que, estando em Porto Alegre, aproveitaram a
oportunidade para nos visitar. Nós tivemos a presença de colegas orquidófilos
do Uruguai, da Argentina, que fizeram excursões exclusivamente para nos
visitar, para aprender sobre o trabalho da orquidofilia em Porto Alegre, porque
a orquidofilia não é, senhores, só olhar a orquídea e achá-la bonita. Volto a
repetir: nós somos uma entidade preservacionista. Então, não é algo que abrange
só a nossa Cidade ou que afeta a nossa Cidade, é algo bem maior, é algo que o Brasil
inteiro, hoje em dia, está olhando.
Várias entidades orquidófilas do Brasil nos
mandaram e-mails, e eu acho que até para alguns dos senhores,
protestando contra o que foi feito conosco, porque os senhores hão de convir
que quatro anos de trabalho e dedicação em um lugar que estava praticamente
abandonado não podem ser desprezados. Se alguns dos senhores puderem visitar,
vão ver que o Orquidário está caindo, literalmente, porque, há mais de vinte
anos, ele está abandonado. A última pessoa que realmente sabe como cuidar das
orquídeas e que está lá dentro, e é a última funcionária que realmente é
capacitada, foi treinada para isso, está se aposentando agora na metade do ano,
senhores. E não existe nenhuma pessoa dentro do nosso Parque Farroupilha,
dentro do Orquidário Municipal, que possa, realmente, tomar conta daquilo lá,
ninguém!
No ano de 2004, foi solicitado pelo usuário do
Parque, e nós fazíamos parte da Executiva, que eu representasse o usuário do
Parque no OP. Eu fui como Delegada do Meio Ambiente. No ano de 2004, entrou no
Orçamento Participativo, na área de Meio Ambiente, a reforma do nosso
Orquidário Municipal. Infelizmente, até hoje nenhuma providência foi tomada.
Todas as vezes que nós tentamos, junto à SMAM, fazer um projeto para chamar
empresas privadas que pudessem nos apoiar, sempre fomos barrados, porque isso
tinha que vir da área municipal; nem da estadual era aceita. Hoje, eles alegam
que nós não procuramos patrocínio nem apoio, mas, todas as vezes que isso foi
feito, nós fomos barrados, porque eles queriam que a orquídea bancasse o
Orquidário, o Clube da Orquídea de Porto Alegre bancasse o Orquidário.
Sr. Presidente, eu tenho um documento em mãos e
quero lhe entregar, assim como aos assessores da Verª Clênia Maranhão, em que
estão todos os projetos que fizemos no decorrer desses anos, tudo o que nós
fizemos e que foi entregue nas mãos do Secretário Gerson Almeida, do Secretário
Dieter, dos respectivos Prefeitos, do Secretário Beto Moesch, do Prefeito
Fogaça. Eu, pessoalmente, entreguei, em mãos a eles, apesar de achar que, até
hoje, não tenham sido levados muito em conta os nossos projetos, tanto os
preservacionistas quanto os de restauração, feitos pelos técnicos que fazem
parte do nosso quadro de associados, o engenheiro agrônomo e o biólogo. Então,
quero passar às suas mãos estes documentos, assim como aos assessores da
Vereadora, porque acho que vale a pena serem revistos. Algo que é feito para o
bem da população, sem ônus para ninguém, não pode simplesmente ser
desvalorizado da maneira como foi o nosso trabalho. Muito obrigada, Sr.
Presidente; muito obrigada, Srs. Vereadores, por me escutarem.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Convido a Srª
Rosaura Pech Leoni, Vice-Presidente do Clube da Orquídea de Porto Alegre, a
fazer parte da Mesa.
O Ver. Claudio Sebenelo está com
a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Rosaura, tenho um prazer muito grande em
recebê-la aqui; aliás, a Câmara inteira, tenho certeza de que falo por todos os
Vereadores. Quero lhe dizer que conheço o Orquidário, conheço a situação do
Orquidário e, nas várias vezes em que fui lá, encontrei inclusive um depósito
muito grande de bustos e de monumentos, todos eles guardados lá dentro para não
serem roubados e depredados. Eu acho linda a idéia do Orquidário, é
maravilhosa. Eu quero saber se a senhora já falou com o Secretário Beto Moesch,
que, certamente, ficaria muito sensibilizado com a sua exposição.
E,
especialmente, eu sei que o Conselho do Parque se reúne no Orquidário uma vez
por mês, inclusive é minha intenção comparecer à próxima reunião do Conselho,
que está agendada para o início do mês que vem.
Essa questão
das orquídeas dentro do Parque é, para nós, da mais extrema importância, para
que o Parque possa ser suprido por um viveiro, mas que isso possa se sustentar
também, seria uma coisa interessante. Antes de qualquer coisa, eu acho que
existe um Executivo e um Secretário muito atentos a essas coisas; note que a
Cidade mudou bastante. A Av. Farrapos, por exemplo,
tinha só cimento, e hoje há árvores de ponta a ponta; a mesma coisa aconteceu
na Av. Padre Cacique. Então, o Secretário está extremamente sensibilizado com
essas questões da botânica, porque, realmente, ele tem uma atuação quase que
permanente em relação a isso.
Uma das coisas que eu pediria à senhora é que
procurasse pessoalmente o Vereador e Secretário Beto Moesch, e qualquer
alternativa que houver, eu, que sou dessa área, da Saúde, até me ofereceria
para ir junto, se precisasse, numa audiência com o Secretário Beto Moesch, acho
que qualquer um dos Vereadores poderia ir com a senhora, visando ultrapassar
esses óbices do Orquidário, o qual, para Porto Alegre, é um orgulho,
especialmente a questão da nomeação dessa especialista em orquídeas, pois acho
que é uma mensagem poética a Cidade ter, dentro do Parque Farroupilha, uma
especialista em orquídeas, é lindo.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Nós estamos recebendo das mãos da
Vice-Presidenta, Srª Rosaura Pech Leoni, documentos que dizem respeito
exatamente a essas relações entre o Clube da Orquídea de Porto Alegre e a
Prefeitura de Porto Alegre, sempre na tentativa de fazer com que haja melhores
condições para que o Clube da Orquídea de Porto Alegre possa chegar aos seus objetivos
de bem servir a nossa população. Vou deixar estes documentos aqui à disposição
de todos os Srs. Vereadores que quiserem fazer a verificação.
A Verª Mônica Leal está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Srª
Rosaura, Vice-Presidente do Clube da Orquídea de Porto Alegre, gostaria de
cumprimentá-la e dizer que sou uma admiradora do seu trabalho; volta e meia
apareço lá e admiro muito. Eu gostaria também de registrar, em nome da minha
Bancada, composta pelo Ver.Dib, pelo Ver. João Carlos Nedel e por esta
Vereadora, que, no mesmo momento em que soube que a senhora estaria aqui
utilizando a Tribuna, conversei com o Secretário Beto Moesch. Ele me disse, ao
telefone, que não foi uma imposição, e sim uma sugestão da SMAM, visto que esse
local - pelo que eu tomei conhecimento - carece de algumas reformas, de uma
manutenção. Então, a idéia seria de que parte dessa verba fosse destinada à
recuperação do local. E eu, conhecendo o Secretário Beto Moesch, que, como
todos nós sabemos, é um grande ambientalista, tenho certeza - e não só é um
sentimento meu, como ele me disse ao telefone - de que ele está pronto para
ajudá-la da melhor maneira, para que esse Orquidário continue ali, da mesma
forma como a senhora tão bem vem cuidando.
Também gostaria de registrar que não existe,
pelo que eu entendi - não sei se eu estava distraída, anotando alguns dados -,
nenhum acordo formal com o Secretário. Essa é a minha dúvida, eu gostaria que a
senhora me respondesse.
A Srª Rosaura
Pech Leoni: Quatro
anos de informalidade.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Eu
gostaria, então, de me colocar à disposição, como Vice-Líder do Governo, e lhe
garantir que esta é a proposta do nosso Prefeito Fogaça: procurar parcerias
para, juntos, resolvermos essas questões. E o Secretário Beto Moesch, eu tenho
certeza, está à sua disposição. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOSÉ
ISMAEL HEINEN: Ver. Luiz Braz, na presidência dos trabalhos; Srª Rosaura
Pech Leoni, eu tive o prazer, junto com o Prefeito, numa oportunidade, de
visitar o Orquidário. Mas, em nome do Partido da Frente Liberal, eu quero
trazer a minha solidariedade ao Orquidário, ao que ele representa e ao que ele
pode representar, cada vez mais, à nossa Cidade, à nossa comunidade.
Eu insisto e não vou parar de insistir enquanto
a nossa Cidade não tiver uma cultura turística, e o Orquidário é mais um ponto
turístico, ponto de encontro dos amantes de orquídeas do mundo inteiro. Conheço
muitos amigos que cultivam e cultivavam seu orquidário particular.
Eu quero dar os parabéns e me colocar também à
disposição para irmos aonde for preciso, para que esse Orquidário não permaneça
novamente mais vinte anos abandonado, mas que ele se transforme em uma
realidade turística, em um local para onde possamos levar os nossos filhos,
como bem disseste, não apenas para ver uma flor, mas para ver muito mais
através dessa flor. Tenha a nossa solidariedade! Eu tenho certeza de que
haveremos de ultrapassar esses pontos incômodos. Parabéns e muito obrigado!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Neuza
Canabarro está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. NEUZA CANABARRO: Ver. Luiz Braz,
na presidência dos trabalhos; Srª Rosaura Pech Leoni, representando aqui o
Clube da Orquídea de Porto Alegre, em nome da Bancada do PDT - dos Vereadores
Goulart, Ervino Besson, Nereu D’Avila, Mario Fraga, João Bosco Vaz e deste
Vereador -, quero dizer que essas iniciativas da comunidade devem ser
estimuladas, e a Bancada do PDT está à disposição para auxiliar, estamos junto
com vocês na defesa da permanência e do aperfeiçoamento de todo esse trabalho.
Eu tenho certeza de que o Governo Municipal está interessado em valorizar essa
iniciativa, que só vai enriquecer a nossa Cidade, o nosso Parque Farroupilha.
Parabéns!
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Srª Rosaura, o
PMDB, representado aqui pelos Vereadores Sebastião Melo, Ibsen Pinheiro,
Haroldo de Souza e este que lhe fala, também se soma a todos os argumentos dos
demais Partidos favoravelmente ao seu trabalho. Esperamos que haja o
entendimento necessário, dada a importância do Orquidário para Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ADELI SELL: Caro Vereador
Braz, minha cara Rosaura, membros do Clube da Orquídea de Porto Alegre - o
nosso COPA -, eu fico feliz que alguns Vereadores da base do Governo, tão
diligentemente, se tenham colocado agora à disposição para tentar resolver o
problema criado pelo Secretário do Meio Ambiente, Beto Moesch.
Todo o mundo sabe que, no Parque da Redenção,
nós temos necessidade de muitas melhorias, inclusive o Orquidário. O problema é
a falta de vontade política de fazer, se necessário for, uma reavaliação do convênio
com a Entidade. Se essa Entidade está aqui hoje é porque ela está registrada e
existe legalmente. E é interessante, a gente fala tanto em parceria
público-privada, e, quando se tem oportunidade de fazer uma parceria
público-privada, colocam-se empecilhos! O Clube da Orquídea faz o trabalho que
faz e se dispõe, inclusive, a orientar estudantes, propõe-se a fazer palestras
em colégios, etc. e tal, inclusive poderá ser utilizado o processo A Escola
Aberta para a Cidadania, que existe, para fazer esse trabalho nos finais de
semana, na escolas que têm esse programa. Quem ganha é a municipalidade, ganham
os estudantes, ganha a cidadania. E, sem dúvida nenhuma, um bom Orquidário, na
localização que ele tem, que é o Parque da Redenção, é um ponto turístico da
Cidade.
Tem que haver vontade política. Não adianta
bater no peito e dizer que é dono do Meio Ambiente, ou que descobriu a política
ambiental da Cidade, como fazia o Secretário quando era Vereador aqui, ele
passou para o outro lado do balcão e desconhece o discurso da tribuna.
Portanto, nossa solidariedade a vocês, a luta continua, e vamos ver se a base
do Governo sustenta as palavras aqui agora expressas.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, em Questão de Ordem, eu
devo dizer que a agressão feita à pessoa do Secretário não está absolutamente
correta, não está dentro do assunto que foi tratado aqui, ainda mais quando V.
Exª, Ver. Adeli Sell, falou em parceria público-privada; se era parceria, não
há por que agredir uma pessoa que está ausente.
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Essa questão do Orquidário foi muito bem tratada
aqui pela Srª Rosaura.
A Verª Clênia Maranhão está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Sr.
Presidente, primeiro eu quero saudar aqui a presença do COPA e dizer que é
muito importante a presença das ONGs neste plenário. E rebato a veemência e a
inverdade das palavras do Ver. Adeli Sell. Queria dizer à representante do COPA
que nós, nesta Casa, começamos a conhecer melhor o trabalho do COPA quando o
atual Secretário, Beto Moesch, o ambientalista Beto Moesch, era Vereador desta
Casa, e, por intermédio do seu Gabinete, que acompanhava a ONG, ele nos trazia
o seu significado e a sua importância. Parabenizo a história dessa ONG.
Quando assumimos o Governo, não havia
formalidade institucional - infelizmente não havia, Ver. Adeli -, nenhum
documento ou protocolo oficial do Poder Público em relação à ONG, apesar de
toda a importância que ela tem nessa atividade desenvolvida no Parque. É
compromisso já expresso pelo nosso Governo o prosseguimento das reuniões entre
a Secretaria do Meio Ambiente com a sua ONG. Só no ano passado, por três vezes,
no Gabinete do Secretário, a ONG se reuniu para discutir os andamentos desse
trabalho. É uma demonstração da coerência do nosso discurso com a nossa
prática, com o nosso conceito de parceria, que evidentemente exige o
compromisso bilateral. E estamos, inclusive, dispostos a continuar com essa
parceria, continuar com esse discurso, com essa prática, garantindo a
continuidade e a institucionalidade, porque, como nós estamos no Poder Público,
temos que, evidentemente, fazer as coisas do ponto de vista da legalidade, da
institucionalidade.
Queria dizer que conversei com o Sr. Clóvis
Breda, que é o dirigente do Parque, e quero registrar que ele não é um
dirigente deste Governo, nem é um militante, é um profissional, um servidor
público que tem desenvolvido um trabalho junto não apenas ao COPA, mas as
demais entidades do Parque.
Tive a oportunidade de acompanhar o Secretario
Beto Moesch em várias restaurações do Parque, como, por exemplo, o espaço
Japão, a restauração dos monumentos que têm sido depredados. Então, acho que a
nossa política é a do diálogo, da construção coletiva e das parcerias efetivas.
E também, como falou a Verª Mônica, nossa
Vice-Líder, eu reafirmo as suas palavras no sentido de serem necessários novos
apoios, novas parcerias deste Parlamento, para que possamos ter o nosso
Orquidário com a parceria institucional firmada. Estamos também à sua
disposição. Parabéns à sua ONG, parabéns a todos os militantes da causa
ambientalista de Porto Alegre.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Todas as Lideranças que se inscreveram já se
manifestaram, todos eles - o que é importante - respaldando aqui aquilo que foi
tratado pela Srª Rosaura Pech Leoni, Vice-Presidente do Clube da Orquídea de
Porto Alegre, na nossa tribuna. O importante, Verª Clênia, principalmente V.
Exª que é Líder do Governo aqui no nosso Plenário, é que possa ser marcada uma
audiência com o Secretário Beto com intuito de que esse assunto seja dirimido o
mais rapidamente possível, já que ele tem o apoio de todas as Bancadas da
Câmara Municipal.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Com
certeza, Presidente, apoio da Bancada e do Governo.
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Maravilha. Estão suspensos os trabalhos para nos
despedirmos da Srª Rosaura.
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz – às 14h45min): Estão
reabertos os trabalhos.
Informamos que o Ver. Raul Carrion está
representando a Câmara Municipal de Porto Alegre na Audiência Pública da
Comissão Mista Especial para o “Salário Mínimo”, do Senado Federal, em Porto
Alegre, visando colher sugestões sobre a política de reajuste para o salário
mínimo do País. A Audiência acontece no dia de hoje, a partir das 14 horas, na
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.
Passamos ao
O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra em
Grande Expediente, por transposição de tempo com o Ver. Haroldo de Souza.
O SR. IBSEN
PINHEIRO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, como eu passei a semana envolvido com temas
nacionais, do meu Partido e do Brasil, eu não preciso citar Protágoras aqui
para dizer que “nada que seja humano me será estranho”, embora essa citação
pela boca de Karl Marx seja muito mais divulgada!
Mas, em todo o caso, a um homem político nada
lhe pode ser infenso, do plano municipal ao plano mundial, especialmente no
momento em que vive o nosso País: num processo sucessório nacional de grande
relevância. E, integrante que sou de um Partido grande de expressão nacional,
resolvi, Sr. Presidente, meus colegas de Vereança, me engajar num esforço de,
resgatando a velha história do Partido, colocar o PMDB na disputa presidencial.
Sábado retrasado tivemos uma convenção, em que
por escassa maioria se manifestou o plenário contra a candidatura própria.
Minha leitura foi a mesma de todos os companheiros do Rio Grande do Sul; na
verdade, ali se evidenciava a resistência às candidaturas postas. As
candidaturas de Garotinho e de Itamar não imantaram o sentimento partidário, e,
por essa circunstância, o voto foi contrário daquele colégio. Mas, ainda assim,
contrária com uma pequena margem: 48 votos, em cerca de 700 votos. Naquela
ocasião, o Senador Pedro Simon fez um discurso que, eu diria, incendiou o
ambiente. E, a partir daquela circunstância, claro ficou aos seus companheiros
do Rio Grande que o Senador deveria colocar o seu nome e, com o seu nome,
reabrir a questão da candidatura própria do PMDB.
As repercussões foram tais no ambiente
partidário e também entre os Partidos que não estão alinhados às duas
candidaturas postas, Alckmin e Lula, que não vacilo em dizer que a candidatura
Simon tem os seus maiores obstáculos no plano interno do PMDB. Estamos de
convenção convocada para o dia 11 de junho e percebemos a dificuldade do
enfrentamento das resistências internas. Mas também proclamamos que essas
resistências se atenuam de um modo avassalador, quando o nome que está posto
para a sucessão é o nome da história, da imagem, da tradição, o Senador Pedro
Simon. Por isso tenho a convicção de que esses obstáculos serão vencidos.
Os obstáculos, e pude dizer isso ao Senador,
verificam-se em ordem decrescente. O primeiro deles: dobrar o próprio Senador,
que não tinha objetivos pessoais, e não os tem, já estava definido por uma
candidatura de recondução ao Senado. Mas foi o Senador Pedro Simon sensível à
realidade e coloca no seu nome não apenas uma opção, mas, em verdade, a única
opção para o PMDB consagrar a idéia da candidatura própria. Vencido esse
obstáculo, e ele está vencido, o seguinte obstáculo, também respeitável pelo
volume e pelo tamanho, era vencer a resistência de três secções estaduais pela
relevância e pelo envolvimento no quadro sucessório - falo de São Paulo, Rio de
Janeiro e Minas.
Rio de Janeiro e Minas, por terem os candidatos
presidenciais que foram submetidos à convenção, e São Paulo porque é São Paulo,
principal Estado do País e porque tem secção peemedebista de grande relevância.
E já podemos sentir, Sr. Presidente, que essa segunda etapa das resistências
também está sendo vencida; São Paulo, Rio de
Janeiro e Minas Gerais estarão com Pedro Simon. O passo seguinte será a
homogeneização da candidatura Simon no âmbito amplo do PMDB de Santa Catarina
ao Piauí, onde estão os grandes aliados históricos de Pedro Simon: Luiz
Henrique, Requião, Jarbas Vasconcelos. Eu tenho a certeza de que virão se somar
a essa caminhada no momento seguinte. E, uma vez construída essa hegemonia no
PMDB, atravessaremos a convenção, e, aí sim, aquela lição de Leonel Brizola de
que o mingau se come pelas beiras, nós, um pouco inovadoramente, começamos pelo
miolo, porque o miolo - Rio, São Paulo e Minas - era a primeira resistência a vencer.
A seguir, Sr.
Presidente, eu intuo e sinto, não quero falar por outros Partidos, muito menos
em nome deles, mas acho que posso avançar quando vejo no PDT, no PTB e no PPS
uma noção clara de insatisfação com a limitação de quadro que aí está à nossa
frente: ou candidatura Alckmin ou candidatura Lula. É escasso o quadro para o
tamanho dos problemas, da inquietação e das esperanças do povo brasileiro.
Conversando com
Lideranças desses Partidos, sem nenhuma possibilidade concreta de imediato, mas
com a naturalidade com que quadros políticos conversam sobre o nosso futuro
comum, posso sentir nesses Partidos, como senti no PP do Rio Grande do Sul,
também receptividade, uma boa vontade potencial com a candidatura de Pedro
Simon. E na medida em que esse potencial se transforma em força real, poderá
qualquer observador concluir que a candidatura Pedro Simon, no momento em que
atravessar o obstáculo interno da convenção, será uma candidatura competitiva
em termos nacionais.
O Sr. Bernardino
Vendruscolo: V. Exª permite um aparte?
O Sr. Bernardino
Vendruscolo: Ver. Ibsen Pinheiro, em nome dos peemedebistas do
Rio Grande que neste momento não têm oportunidade de o cumprimentar, quero o
cumprimentar pelo seu trabalho em Brasília e no Brasil inteiro, fazendo com que
possamos viabilizar a candidatura do nosso Senador Pedro Simon. Cumprimento-o
pelo seu trabalho. Obrigado.
O SR. IBSEN PINHEIRO:
Obrigado, companheiro Bernardino, aceito esse
cumprimento, embora esteja fazendo apenas um trabalho político, daqueles a que
estamos acostumados, da militância. Recebi essa tarefa e realizei-a com muito
gosto. Primeiro, pela justeza da causa; segundo, por uma questão de
temperamento. É nesse estilo de ação política que me sinto perfeitamente à
vontade, naqueles salões verdes e azuis, que tanto freqüentei no Congresso
Nacional; ali me sentindo à vontade e conversando com Lideranças de outros
Partidos e do nosso Partido, Ver. Bernardino, pude avaliar a possibilidade real
que existe em torno do Senador Pedro Simon.
Amanhã - é uma satisfação que dou aos meus Pares
- vou encaminhar um Pedido de Licença pelo restante da semana, para que possa
viajar e passar a quarta e a quinta-feira em Brasília, cumprindo essa tarefa
partidária, sem descumprir as minhas obrigações com o povo da Cidade, deixando
aqui um outro companheiro para ocupar o meu lugar e dar os votos que sejam
necessários à nossa Bancada, sob a Liderança de V. Exª, Ver. Bernardino
Vendruscolo, de tal modo que não haja desfalque, mas que eu possa, também,
dizer aos meus companheiros que, tanto na votação de um projeto como na
articulação política, esse é um trabalho de um representante popular e de um
quadro partidário. São coisas que se completam, que se complementam no quadro
político. Para se cumprir o trabalho integralmente, devemos fazê-lo na tribuna
do Parlamento, mas, também, nas conversas de corredor da militância partidária
para produzir os efeitos na militância política que todos nós esperamos em
favor dos objetivos partidários, dos objetivos nacionais. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Haroldo
de Souza está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente,
Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, amigos que nos acompanham pelo
Canal 16, os bombeiros da Capital estão sem caminhões. Os bombeiros da Capital
do Rio Grande do Sul estão com os seus caminhões sucateados. Na sede do Corpo
de Bombeiros, em Porto Alegre, não há caminhão. Se houver agora um incêndio de
grandes proporções em Porto Alegre, a Capital do Rio Grande do Sul - isso a
gente torce para que não aconteça, mas nós também temos que nos preocupar com
esse tipo de coisa -, como o Corpo de Bombeiros está sucateado - seus
caminhões, suas máquinas -, onde é que nós vamos buscar ajuda? Em Cachoeira do
Sul? Em Cachoeirinha? Não sei. Talvez em São Paulo! Então, é melhor a gente
prevenir do que depois ficar remediando. Eu vou repetir mais uma vez: a cidade
de Porto Alegre está com problema no seu Corpo de Bombeiros.
Outro assunto: a Restinga continua pedindo um
hospital, quando é que nós vamos tratar esse assunto com seriedade? Ver. João
Antonio Dib, quando a cidade de Porto Alegre, realmente, vai tratar dos seus
assuntos reais com seriedade e para ontem? Ontem que eu digo é a gente fazer
alguma coisa e não vir aqui usar a tarde inteira para discursos a respeito de
Evo Morales, de Hugo não sei o quê, do Lula com problema, do Alckmin. Não sei,
eu acho que nós temos que cuidar do nosso próprio umbigo, porque a coisa não
está bem. Então, quanto ao hospital da Restinga, que se pede tanto, o que
podemos fazer para que alguma coisa realmente seja feita, dá para entender,
João Antonio Dib? Eu estou há cinco anos na Câmara Municipal de Porto Alegre e
vejo falar no hospital da Restinga. Não existe um tijolo lá, não existe planta
nenhuma, é igual à área industrial da Restinga, e a área industrial da
Restinga, vão lá ver o que é... É um mato só, terrenos baldios e nada mais. A
realidade é esta. E não adianta eu chegar aqui e achar: “Em Brasília, está tudo
ruim; em São Paulo, a violência”. E Porto Alegre está bem? A Saúde em Porto
Alegre está bem? Por exemplo, as obras que precisam ser feitas na área da Saúde
em Porto Alegre, quando é que realmente serão feitas?
Vocês sabiam que, quando da Constituição Federal
de 1988, que completou recentemente 17 anos, o País foi palco de um verdadeiro
festival de normas de todos os tipos? No total, entre Federação, Estados e
Municípios, foram editados nada menos que 3.434.804 leis ordinárias, decretos,
normas complementares, medidas provisórias e emendas constitucionais. Ver. João
Antonio Dib, foram 3.434.804 alterações, leis; não são três mil, são três
milhões.
O Sr.
João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre
Ver. Haroldo de Souza, já antes de Cristo se dizia que o país que tem maior
número de leis é o país que tem maior corrupção.
O SR. HAROLDO
DE SOUZA: E
é verdade. É um negócio meio inacreditável, porque, se você soma o número de
três mil leis, já é muita coisa, mas 3.434.804 leis... E o País não anda! Isso
o que é então?
Quanto à Simon na Presidência, eu acho que é uma
das poucas figuras que restam intocáveis na política brasileira. Simon é um bom
nome para a Presidência nessa briga entre Alckmin e Lula? É. Agora, o que eu
gostaria que acontecesse neste País é um pacto nacional. “Ah, lá vem o Magrão
com seus sonhos, com suas utopias, com suas coisas impossíveis.” Então,
deixem-me com as minhas coisas impossíveis e com os meus sonhos. Não estão
falando tanto num pacto estadual para resolver e abraçar o Rio Grande do Sul?
Então, sugiro um pacto nacional.
Peguem o que tem de bom no PT, e tem; peguem o
que tem de bom no PSDB, e tem; peguem o que tem de bom no PMDB, e tem - mas
tirem antes os “josés sarneys” da vida, os “orestes quércias” da vida -; peguem
a parte boa do PP, e tem. Todos os Partidos têm a parte boa. Façamos um pacto
nacional! “Não, mas é difícil, sabe por que Haroldo? Porque quando nós vamos
para os entendimentos entre uma convenção, eu te dou o vice do Governo, e você
me dá o Senado. Depois, daqui a quatro anos, na costura, você me dá o Governo,
e eu te dou a Secretaria não-sei-do-quê.” Não pode ser assim! Nós temos que
acabar com isso, gente! Sugiro um pacto nacional com homens que, realmente,
tenham vergonha na cara. Acabou de sair daqui um deles: o Ibsen Pinheiro.
Então, a gente pode nominar o Ibsen, o Antonio Dib, o Simon, o Collares; no
PSDB, no PT tem gente boa. Um pacto nacional para livrar o Brasil disso que
está aí.
Ou vocês acham que há solução enquanto
continuarmos negociando que o PT pode ser vice do PMDB lá em cima? Mas aqui não
pode, porque aqui não dá. Aqui nós sabemos o que é política na sua essência.
Então, aqui não há esse casamento. Mas, se houvesse um pacto nacional, e
pegando as partes boas dos Partidos, nós poderíamos fazer alguma coisa pelo
Brasil, Ver. Luiz Braz, senão nós vamos continuar naquela lengalenga de sempre: ao se aproximar as eleições, já se pensam nas
próximas. Eu vi hoje nos jornais da Cidade e do País uma costura do Lula com o
Aécio Neves para dois mil e não sei o quê! Mas o que é isso! Então se costura
agora para ganhar, já pensando na Presidência da República de 2010, 2012,
2016?! E a sociedade brasileira vai para onde enquanto a política gira em torno
de Partidos? Alguém pode me responder essas indagações que estou fazendo aqui?
Nós vamos conseguir
alguma coisa assim, com o PT buscando o seu interesse, o PMDB buscando o seu, o
PSDB buscando o seu, o PP buscando o seu? Nós vamos chegar aonde?! Eu acho
difícil que atinjamos os nossos objetivos, porque a política brasileira está
doente! Quem está mandando na política brasileira são os “josés sarneys” da
vida; ou não? Ainda dão as cartas e “jogam de mão”. Antônio Carlos Magalhães é
uma peça boa da política brasileira? Não é! Orestes Quércia é uma peça boa da
política brasileira? Não é! A política brasileira tem pedaços sadios, que não
estão doentes, que não estão corroídos pela doença do poder e pela corrupção?
Tem! Todos os Partidos têm! O PCdoB tem, o PSB tem.
Mas, então, um pacto
social é uma utopia, não é?! Eu sei! Mas o sonho é um direito meu, eu vivo
sonhando com as coisas impossíveis, porque é só através das coisas impossíveis
que nós vamos fazer alguma coisa pelo Brasil. Do contrário, vamos continuar nos
servindo da política partidária e cada um segurando aquilo que lhe interessa
ali na frente e fazendo conchavos: “Eu te dou hoje, e você me devolve amanhã.
Nós fazemos um acordo hoje, você fica comigo e, amanhã, estará bem servido”.
Assim, eu acho difícil! Acho muito difícil mesmo!
Agora, a gente leva
esse pacto pelo Brasil, e gostaríamos de contar também com a figura da mulher,
porque eu estou chegando à conclusão de que nós, homens, Ver. Luiz Braz,
estamos devendo para a sociedade brasileira. O Brasil até agora foi mandado
pelo homem! E olhe o desastre que está aí, “numa boa”! Será que não está na
hora de nós buscarmos, junto à mulher, um apoio maior para as decisões que nós
tomamos, já que nós, homens, até agora só fizemos besteiras na República
Federativa do Brasil?
Saída eu acho que nós
temos! Agora, temos que ter vontade para fazer essas coisas. É o mesmo que
chegar aqui e ficar falando a tarde inteira, sem saber que o Corpo de Bombeiros
de Porto Alegre está precisando de caminhões. Mas eu vou lá levar um caminhão
para o Corpo de Bombeiros? Não! Agora, o Prefeito José Fogaça tem que saber
dessas coisas e tomar providências.
O Sr. João Antonio
Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Nobre Ver. Haroldo de Souza, V. Exª fala em caminhões do Corpo de Bombeiros. Há
uma cidade da Alemanha que tem doado caminhões ao Brasil. Evidentemente, são
caminhões que já foram utilizados, mas estão em excelente forma, estão todos
reparados. Está no Porto de Rio Grande um desses caminhões, e num País de
tantas leis é impossível a Prefeitura, que ganhou aquele caminhão, retirá-lo do
Porto, porque custa mais do que comprar um novo aqui. Esta é a legislação
brasileira.
O SR. HAROLDO DE
SOUZA: Com essa participação do Ver. João Antonio Dib eu
encerro a minha, e com mais vergonha ainda de saber que existe esse tipo de
coisa e que nada pode ser feito! Quem sabe possamos buscar naquelas 3.434.804
leis que foram feitas depois de 1988... E deixar o Brasil do jeito que está?
Por favor! Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Encerrado o Grande
Expediente.
Passamos às
O Ver. Luiz Braz está
com a palavra em Comunicações.
O SR. LUIZ BRAZ: Verª Margarete, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu
gostei de ouvir o Ver. Haroldo de Souza, começamos a imaginar que bom seria se
pudesse realmente haver o pacto apontado pelo Ver. Haroldo. Nós sabemos que
estamos no terreno da utopia. Nós, Ver. Haroldo de Souza, dificilmente
conseguiríamos vencer as vaidades que existem por aí, e chegarmos finalmente a
esse entendimento, que seria um entendimento bom para toda a sociedade. Mas
imagine V. Exª que aqui no Rio Grande do Sul não tivemos nem mesmo consenso
para termos um pacto. Tivemos dois pactos! Imagine, no Estado não tivemos
consenso para que fizéssemos apenas um pacto, para que todos nós pudéssemos
atuar numa mesma direção, a fim de resolvermos os problemas da sociedade. Para
que os Governos não precisassem mais gastar uma verdadeira fortuna para poder
anunciar, nos órgãos de comunicação, que eles são realmente os melhores, e
todos os Governos gastam verdadeiras fortunas nos órgão de comunicação,
deixando, é claro, de fomentar alguns programas que deveriam
ser incentivados, no campo da Saúde, da Previdência, da busca de empregos, da
busca de melhores salários, e todos os Governos agem exatamente dessa forma,
enquanto que as oposições, é claro, trabalham apenas no sentido de criticar
aquilo que os Governos estão fazendo. Então, na verdade, nós trabalhamos muito
pouco em termos de Partidos políticos, organizando propostas viáveis no sentido
de resolvermos os problemas da sociedade.
Mas
eu acho que estamos no momento de pararmos com tudo isso. Eu acho que é mais do
que o momento de vencermos essas vaidades, em todos os Partidos, para que
possamos, de fato, estender as mãos, Partido a Partido, para podermos
aproveitar essa parte positiva que o Ver. Haroldo de Souza citou aqui, de cada
um dos Partidos, a fim de que vencermos os problemas que temos em nossa
sociedade. E não são pequenos os problemas, eles são grandiosos, mas são
possíveis de serem vencidos.
Eu fico contente, por
exemplo, Ver. Ibsen Pinheiro, quando eu vejo que o Senador Simon aceita a sua
candidatura para a Presidência da República; porque, para mim, muito acima de
eu ser um militante do PSDB, eu sou um cidadão brasileiro que quer ver
resolvidos os problemas da minha Nação! E eu quero ver lá o Senador Simon, pelo
PMDB; o Sr. Lula, pelo PT; ou o Geraldo Alckmin, pelo meu Partido, o PSDB; e
mais outros candidatos que surgirem apresentando as suas fórmulas para
resolverem os problemas do nosso País! Porque, até agora, o que nós temos
visto, na história brasileira, é que muitos disseram que iriam resolver, ou que
estavam resolvendo, questões cruciais para o nosso povo, como é o caso, por
exemplo: do desemprego, da falta de desenvolvimento, da falta de Saúde, da
falta de Segurança Pública, mas, até agora, muito pouco, realmente, foi feito.
E eu vejo muitas críticas,
Ver. Claudio Sebenelo, aos acontecimentos de São Paulo, mas eu pergunto: qual é
o Estado brasileiro que pode, realmente, servir de exemplo nesse campo das
penitenciárias e da política de Segurança Pública? Qual é o Estado brasileiro
que poderia, realmente, servir de exemplo? Infelizmente, nenhum, porque nós
ainda não temos uma política nacional que faça, realmente, Ver. João Antonio
Dib, com que tenhamos segurança dentro dos presídios e, principalmente, fora
dos presídios. Não existe uma política nacional. Eu soube, ouvindo funcionários
das penitenciárias do Rio Grande do Sul que aqueles que fazem parte da
segurança dos presídios seguem um tipo de regime, enquanto que, em outros
Estados, modificam completamente esse quadro. Na verdade, não existe uma
unidade nacional, não existe uma política nacional que possa apontar o caminho
mais seguro para que possamos ter uma vida decente dentro das penitenciárias e
uma maior segurança para toda a sociedade.
Mas eu acredito, Ver. Haroldo de Souza, que V.
Exª aponta para um caminho correto: está mais do que na hora de nós vencermos
as vaidades. Eu acho que está na hora de nós caminharmos para grandes pactos,
podendo unir aquilo que hoje é chamado de situação com aquilo que é chamado de
oposição, podendo unir os dois lados, podendo, na verdade, reunir todas as
forças vivas da Nação a fim de que possamos conseguir o melhor para resolvermos
os problemas da sociedade brasileira. O que foi apresentado, até agora,
realmente não nos convence!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço a fala do Ver. Luiz Braz. O Ver.
Cassiá Carpes está com a palavra em Comunicações.
O SR. CASSIÁ
CARPES: Verª
Margarete Moraes, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, senhoras e senhores, parece-me que o tema hoje, nesta Casa, é
de reflexão; reflexão em sentido nacional - a amplitude dos Partidos políticos,
da eleição, enfim, do que se passa no País, pois há uma perplexidade.
Sobre
a reforma política: por que não se faz reforma política neste País? Porque a
reforma política, Ver. Vendruscolo, vai tocar, diretamente, em muitos
políticos, ou em Partidos políticos, conseqüentemente, ninguém quer mexer.
Sobre as leis: nós as temos em excesso neste
País. Muitas são cumpridas, outras, não; outras ninguém sabe como é que serão
cumpridas, como é que serão regulamentadas.
Eu vejo, seguidamente, Ver. Haroldo, que o
Governo Federal tem superávit, tem uma balança comercial extraordinária. A
exportação do País está num fluxo impressionante. Mas, aí, eu venho para o meu
Estado, e o meu Estado está quebrado. Eu venho para o Município, e o Município está em dificuldades financeiras. Mas que País é este,
que arrecada tudo dos Municípios e dos Estados e não devolve para a melhoria
social, para a questão do povo? Que País é este?
Eu me lembro agora do
caixa-dois, do “mensalão”. Aí o Partido que está no Governo diz que o
“mensalão” já existia, é isso o que se diz! Mas, se já existia, ele já sabia!
Quer dizer, já participava! Eu acho engraçado! Eu não votei no Collor, votei no
Brizola no 1 turno, votei no Lula no 2 turno, porque eu não acreditava no
Collor. Eu acertei, muitos acertaram, a maioria errou, mas votou. E o povo
tirou o Governo Collor, envolvido naquele caso do PC.
Hoje nós temos um
Governo legitimado nas urnas, mas um Governo que se preocupa em ter superávit,
em agradar ao Fundo Internacional, enfim, em agradar ao Nordeste. Eu me lembro
de que a Arena, a velha Arena ganhava no Nordeste e perdia nas grandes
Capitais, quer dizer, era um Partido do Nordeste. Hoje, se formos ver a
popularidade do Governo Lula, ela é grande no Nordeste, fazendo benesses, e o
País estagnado; as leis trabalhistas atrasadas, não se mexe.
Então, este é o nosso
Governo, que não movimenta a riqueza dos Estados, não movimenta a riqueza dos
Municípios, ou seja, não estimula, não traz recursos, ou traz recursos muito
pífios.
Hoje, um levantamento
que eu estava vendo mostra que a Segurança Pública no País teve, em 2005, menos
investimento do que nos outros anos. Então, que País é este? Será que só quando
acontece uma catástrofe é que os Governos... Sejam eles Municipal, Estadual ou
Federal, precipuamente Federal, porque nós vivemos numa República Federativa
que tem, através dos impostos, o domínio do Governo Federal, ou seja, mais de
60% de tudo o que se arrecada no Município e nos Estados vai para a União. Este
é um problema!
Os Partidos
políticos: ora, os Partidos políticos! Todos têm problemas! Em primeiro lugar,
a reforma política tem que entrar nos meandros dos Partidos políticos e,
conseqüentemente, fazer com que eles possam qualificar os seus quadros, Ver.
João Dib. Há muita gente boa, mas há muita gente aproveitando os Partidos
políticos; há gente que já era ladrão, que era sem-vergonha e se encobre atrás da
política, num Partido político para roubar mais ainda. É para isso que não devemos
contribuir. Todos os Partidos têm problemas, portanto, se os Partidos não
fizerem um banco de dados onde se possa identificar quem é quem, por que veio,
por que quer entrar na política, se tem qualificação para ser Secretário, para
ser o homem responsável pelas finanças de um Município, de um Estado, de uma
Secretaria, de uma Autarquia, os Partidos também estarão dando guarida a muita
gente incapaz. Na verdade, muitos ladrões se escondem atrás de uma sigla, Ver.
Haroldo, e, aí, os bons pagam caro por isso.
Então, os Partidos têm de se qualificar melhor
nesse aspecto, têm de fazer uma triagem, peneirar, para ver quem quer ser
político e por que quer ser político.
Olha, eu tenho dito várias vezes aqui: se algum
político adquiriu vários patrimônios depois que se elegeu, alguma coisa errada
está acontecendo, porque ele é assalariado, está no contracheque - eu recebo
com contracheque! Conseqüentemente, se alguém enriqueceu na política, alguém
está sendo financiado por trás, alguém está dando dinheiro, e não é o Partido
político, e não é a população; então, alguma coisa está acontecendo.
A reforma política tem de surgir primeiramente
dentro dos Partidos políticos. Vamos olhar para dentro dos Partidos políticos:
quem quer participar de um Partido político? Por que quer? De onde veio? Por
que veio? Qual é o seu currículo, o seu passado? Isso para que possamos ter
perspectiva de futuro, caso contrário vamos ser assim. Todo mundo quer entrar
num Partido político para ser candidato a isso, candidato àquilo, mas os
Partidos precisam peneirar, ver a qualidade, ver o porquê e de onde veio.
Hoje, nesse bom debate sobre a política
brasileira, nós não sabemos nem quem são os candidatos a Governador e a
Presidente da República, é uma “salada de frutas”. Pode-se fazer uma coligação
lá diferente daqui, os Partidos se deterioraram, e o Governo Lula foi o
principal causador dessa questão dos Partidos políticos, houve uma degradação
dos Partidos políticos.
Eu fico realmente muito triste, e o povo terá
que fazer novamente um julgamento nas urnas quanto à questão de Presidente,
Governador, Deputado Federal, Estadual e Senador, para que possamos, através da
nossa incipiente democracia - é muito nova a nossa democracia -, através do
voto - só há o voto para isso -, tirar os maus políticos. Muito obrigado,
Presidenta.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. MANUELA D'ÁVILA: Verª Margarete
Moraes, na presidência dos trabalhos; gostaria apenas de compartilhar com os
Vereadores desta Casa que nós tivemos, às 14h de hoje, a entrega dos documentos
sigilosos do arquivo pessoal do ex-Ministro Tarso Dutra, uma grande vitória do
movimento contra a ditadura militar e dos progressistas, dos democratas deste
Estado. Os documentos estão abertos a toda a população no Ministério Público do
Rio Grande do Sul. Muito obrigada.
A SR. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço a
manifestação muito importante, o registro feito pela Verª Manuela d'Ávila.
A Verª Neuza Canabarro está com a palavra em
Comunicações.
A SRA. NEUZA CANABARRO: Verª Margarete
Moraes, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham, eu quero aproveitar este
período de Comunicações para reavivar a memória dos presentes e,
principalmente, dos Vereadores. É claro que a Verª Manuela d'Ávila, que é uma
jovem, não poderia ter esse conhecimento.
Na página 2 do jornal O Sul, no sábado, há uma
manchete grande que diz: “Inédita a parceria da Secretaria de Educação do
Município com a Universidade”. Aí aparece um convênio firmado entre a
Universidade Luterana do Brasil, com sede em Canoas, e a Secretaria Municipal
de Educação do Município de Porto Alegre. Quero esclarecer que deve ser, vamos
dizer assim, um exagero do assessor de imprensa ou do próprio jornal, porque
não é inédito.
Verª Margarete Moraes, nós, que passamos nos
últimos anos... Eu não vou me referir aqui anteriormente ao Governo Collares,
mas ao Governo de Alceu Collares, do PDT, na Prefeitura Municipal de Porto
Alegre de 1986 a 1988 e nos anos subseqüentes em que o PT esteve na
Administração Municipal. O Ver. João Antonio Dib, que foi Prefeito desta
Cidade, sabe - inclusive, eu tenho informações pelo ex-Prefeito Guilherme
Socias Villela - da parceria feita com a Universidade Federal do Rio Grande do
Sul naquela época. Quando Collares foi Prefeito, nós fizemos o quê? Não foi um
simples convênio assinado para participação e colaboração em projetos. Fez-se a
Escola de Aplicação Ana Íris do Amaral dentro do campus da FAPA, a
Faculdade Porto-Alegrense; até com esse cuidado, Verª Margarete Moraes, de que
se tivesse dentro daquelas instituições de ensino superior sediadas no
Município de Porto Alegre uma escola de aplicação. A Escola de Aplicação era um
modelo daqueles que se têm na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Fizemos dentro da FAPA com professores municipais, para que ali se tivesse o
verdadeiro laboratório; os professores teriam ali testadas todas as
metodologias, todas as teses. Isso é, realmente, um projeto em parceria com uma
instituição de Ensino Superior.
Tivemos ainda um Projeto com a Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, através da Professora Léa Fagundes, que foi a
Informática no atendimento dos surdos dentro das escolas do Município. No
Governo Collares, iniciou-se, lá pela Escola Municipal Dolores Alcaraz Caldas,
Escola Ildo Meneghetti, por cinco escolas do Município, esse Projeto. E o
Construtivismo também, com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Eu sei que também o Partido dos Trabalhadores,
nos 16 anos em que esteve à frente da Prefeitura, manteve muitos e muitos e
muitos convênios e trabalhos em conjunto com as universidades. Portanto não é
nada inédito, nós não queremos aqui ”descobrir a roda”. Não interessa quem faz,
mas que as ações, que as atividades, que os trabalhos realizados frente às
Secretarias, da Saúde, da Educação, venham em benefício da criança. O que nós
interessa hoje, mais do que nunca, é que as nossas crianças possam aprender a
ler e escrever.
Eu digo que sou de uma geração em que
provavelmente éramos todos gênios, Ver. Ibsen Pinheiro. Por quê, Ver. Mario?
Porque nós aprendíamos a ler no 1° ano. Hoje, pasmem, os alunos, na quinta,
sexta série, não sabem ler! Esse é o compromisso que nós temos com a criança,
com a criança de Porto Alegre, sob pena, segundo disse o Presidente Lula, de
sermos responsabilizados pela formação de uma geração de analfabetos!
(Não revisado pela oradora.)
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Srª Presidenta,
eu queria solicitar um minuto de silêncio em memória do Professor Coronel Ruy
Medeiros, falecido ontem. Ele, por anos, trabalhou no meu Gabinete; eu era
Prefeito, e ele foi meu Diretor-Geral do DEMHAB.
O SR. CARLOS COMASSETTO (Requerimento): No mesmo
sentido, para um representante da cultura - da moda gaúcha e carnavalesca -, o
Cattani, que faleceu no final de semana e foi inclusive velado nesta Casa.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Pois não,
Vereadores João Antonio Dib e Carlos Comassetto, faremos um minuto de silêncio
ao Professor Medeiros e ao Sr. Cattani.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): O Ver. Ibsen
Pinheiro está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver.
Sebastião Melo.
O SR. IBSEN PINHEIRO: Verª Margarete Moraes, na presidência dos trabalhos; não quero me
aproximar do recorde de uso da tribuna nesta Casa, mas venho aqui pela segunda
vez por força da inscrição. Mas assunto não falta, acho que não falta,
especialmente quando a gente contempla o quadro sucessório nacional, que me
permitiu registrar aqui, há poucos minutos, a grande possibilidade de sucesso
da candidatura Pedro Simon.
Mas trago também um
tema que preocupa a todos que fazem política, que é o funcionamento precário do
nosso sistema representativo. Eu estou convencido, meus colegas de
representação popular, que temos perdido a oportunidade e o compasso. A
primeira reforma de que esse País precisa é a reforma político-instituiconal.
Eu ouço falar em reforma tributária, é importante; reformas sociais são
importantes, mas nós estamos como quem examina um paciente adoecido e grave e
ficamos a lamentar o paciente, às vezes a chorar na sua volta e não percebermos
que o paciente precisa mesmo é de intervenção e, às vezes, intervenção
cirúrgica. O paciente, que é o nosso País, está precisando de instituições que
melhorem o mecanismo de representação, porque senão nós vamos achar que é por
puro azar que pessoas corretas e decentes escolhem maus representantes. Não é.
É o mecanismo que está adoecido, o mecanismo baseado no voto proporcional puro,
agravado com a coligação de legendas. Como permitirá, por exemplo, a fidelidade
partidária? Se o Parlamentar pode dizer: ”O mandato é meu, paguei por
ele...” Ou: “Empresários amigos compraram-no para mim.” Como buscarmos uma
reforma institucional com a pulverização da vontade política, através dessa
quantidade espantosa de Partidos? A democracia é o regime dos Partidos
políticos, sim; mas é também o regime das maiorias. E como produzir maiorias
com 19 Partidos representados na Câmara dos Deputados? O pior, o mais grave é
que na eleição não comparecem mais do que quatro ou cinco correntes de opinião.
Eu faço um exercício aqui com os meus colegas:
qual é a diferença ideológica que existe entre o PMDB e o PSDB? A diferença é
uma letra. A diferença entre o PP e o PFL, Ver. Dib? Não há diferença
ideológica, são Partidos de mesmo perfil liberal conservador, mas democratas.
Que diferença, Ver. Mario Fraga, ideológica, há entre o Partido Democrata
Trabalhista e o Partido Trabalhista Brasileiro? A diferença está nos quadros,
na história - mais longa ou mais curta -, mas não há conflito ideológico. Assim
também o PT e o PCdoB, a diferença é na idade de um dos Partidos, mas estão
cada vez mais próximos nas identidades. E nas eleições concorrem juntos. Isso é
muito comum, não há mais do que quatro ou cinco correntes de opinião; e no dia
da posse, em Brasília, assumem 19 Partidos. Entre outras causas, isso determina
também as sucessivas faltas de quórum. Na verdade não é quórum que falta, falta
é maioria! Basta observar a atual legislatura e concluir que o Partido que fez
a maior Bancada não fez um quinto da Câmara dos Deputados, que é o Partido dos
Trabalhadores; que não tem uma quinta parte das cadeiras das Câmara dos
Deputados - o Partido mais vitorioso na eleição passada.
O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Ibsen. Talvez a sua
análise, sob o ponto de vista filosófico conceitual, esteja numa direção que
podemos aprofundar a discussão. Mas, se falarmos de governança, governar, ela
vai para uma elaboração programática, e aí essas suas referências, específicas
de campos, devem e podem ser ampliadas; é, neste momento, por exemplo, a tese
que o Partido dos Trabalhadores defende. Muito obrigado.
O SR. IBSEN PINHEIRO: Agradeço,
porque V. Exª contribui com o meu pronunciamento. O que sustento, Ver.
Comassetto, é que o mecanismo de representação induzindo à aglutinação de
propostas afins - e não mais do que elas - reduzirá esse espectro partidário
que é deformado, que não é natural e que privilegia um dos aspectos da
democracia representativa, que é a representação; o outro dos aspectos, que é a
governabilidade, fica negligenciado. Então, eu estou defendendo que a próxima
Legislatura dedique o seu primeiro ano à Reforma Político-Institucional, porque
é dela que o País está precisando antes de qualquer outra. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Mônica
Leal está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Sofia
Cavedon.
A SRA. MÔNICA LEAL: Verª Margarete
Moraes, na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, pessoas que nos assistem, muitas das vezes em que ocupei esta
tribuna as minhas pautas foram sobre Segurança, até porque, durante longo
tempo, ouvi, assisti, estudei, li, pesquisei que o grande problema que o País
enfrentava e iria cada vez ficar maior seria na questão da Segurança Pública. E
agora, frente aos últimos acontecimentos ocorridos em São Paulo, com uma série
de rebeliões nos presídios, com ataques simultâneos contra bases da Polícia
Militar, da Guarda Civil, delegacias, quartéis de bombeiros e carros da
Polícia, em várias cidades, que deixaram inúmeras vítimas fatais, prova que a
panela de pressão está explodindo. Só quem não viu foi o Governo Federal,
porque todos nós aqui sabíamos que isso iria acontecer.
E fico cada vez mais impressionada quando escuto
as entrevistas do nosso Presidente, como uma das últimas que ele deu, dizendo
que essa é uma questão social. E aí eu pergunto aos senhores: o que fez o
Presidente do Brasil, nos quatro anos, se essa é uma questão social? Não sabia?
Prato de comida, essa é a resposta.
O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Mônica, agradeço-lhe o aparte. Venho
aqui para contribuir com o seu debate, justamente no contraponto. Os jornais de
hoje, todos, estão dizendo aqui, não sou eu que estou dizendo, é o centro de
São Paulo (Lê.): “O Governo Lula desembarcou ontem em São Paulo e encontrou o
Governador antes da mobilização dos aliados: PSDB, PFL e outros”.
O Presidente da República tem, sim, dito que
essa é uma questão social: quem está preso hoje lá tem de 30 a 50 anos - então,
é uma conseqüência da história deste País. Isso tem de ser enfrentado; todos
nós temos de enfrentar isso. E todos os programas sociais desenvolvidos pelo
Governo Federal, se V. Exª somar isso, ultrapassam as últimas três décadas em
investimento no campo social. Muito obrigado.
A SRA. MÔNICA LEAL: Pois não,
Vereador, se V. Exª me deixar continuar, com certeza, na minha fala, irá
encontrar resposta.
Eu tenho uma notícia do dia 16 de maio último
nas minhas mãos que diz que Segurança Pública entra na agenda política. Mas é
uma pena, morreram dezenas de pessoas para que entrasse a Segurança Pública na
agenda política do Governo. Segurança Pública - vejam bem, nós falávamos aqui!
Agora, eu quero fazer um registro muito
importante: devido a essa ação do PCC, todos os Líderes dos Partidos foram
reunidos para discutir a viabilidade da votação de Projetos que estão dormindo
na gaveta do Congresso; inúmeros projetos, desde de 2001.
Eu quero dizer, desta tribuna, que pouco me
interessa Partido nessa questão de Segurança. Segurança, Saúde e Educação não
têm que ter bandeira partidária; não tem de maneira alguma que ser levada em
conta a questão política. Eu acho interessante que depois desse susto é que
pretendem elaborar o pacote de emergência. E antes disso? Frente a outros
tantos crimes que aconteceram, gravíssimos, em situações-limite que vêm
acompanhando a vida dos brasileiros?
Outra coisa interessante a registrar, Ver.
Comassetto, é que um desses Projetos é sobre o Orçamento da União para Estados
e Municípios, de gastos exclusivos com Segurança Pública. E, aí, por que não
fizeram isso antes? Por que só agora? Foi preciso que morressem centenas de
pessoas para que 24 Projetos, na área de Segurança, que dormem na gaveta do
Congresso, acordem, sejam votados? Foi preciso que o PCC mostrasse o seu poder
de fogo, executando policiais, atacando agências bancárias, escolas, queimando
veículos de transporte coletivo, tomando a população como refém, para que
atitudes fossem tomadas. Enquanto isso, nós assistimos ao PCC lançar candidato,
eles querem um candidato a Deputado Federal e um a Estadual. Isso é grave. E
nós, reféns do medo, da criminalidade, pagamos impostos, enquanto o mercado que
mais cresce é aquele dos carros blindados, das grades, dos cães - isso é uma
vergonha! Uma vergonha nacional! E venham me dizer que o Governo Federal não
tem culpa? É claro que tem culpa. Porque a política dele é prato de comida, em
vez de gerar emprego, gerar renda. Sinto muito, senhores. Essa é uma opinião de
uma Vereadora de uma pequena Cidade de um País, mas que há muito tempo vem
falando sobre isso.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Clênia
Maranhão está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver.
Valdir Caetano.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Verª Margarete
Moraes, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, primeiro eu queria agradecer ao Ver. Valdir Caetano, que cedeu o
seu tempo para que eu pudesse fazer esta intervenção.
Volto a me referir aqui aos trabalhos da EPTC.
Antes da maratona, eu falei o quanto nós confiávamos nos servidores públicos da
área de fiscalização de trânsito, e que eles seguramente garantiriam as
atividades da maratona deste final de semana. A maratona foi um sucesso, acho
que as parcerias entre a EPTC, a Brigada Militar e tantos outros órgãos
permitiram o sucesso, mais uma vez, desse evento desportivo tão significativo
para a Cidade.
A outra questão sobre a qual também gostaria de
me referir rapidamente é que nós, com muita satisfação, encerramos mais um
ciclo do Orçamento Participativo. Eu acho que várias Vereadoras e vários
Vereadores que acompanharam as inúmeras plenárias temáticas e regionais puderam
perceber os avanços deste ano, não apenas avanços numéricos, mas o crescimento
do número de participantes em várias comunidades, bem como a construção
coletiva das propostas da comunidade. Acho que Porto Alegre está de parabéns
pela manutenção do seu espírito democrático e pela construção, cada vez maior,
de um espírito solidário, de um espírito de participação integrada, de parceria
entre os setores públicos e a sociedade civil.
E também queria registrar que um dos exemplos
maravilhosos de parceria e de solidariedade nós pudemos comprovar, e eu tive o
privilégio de representar a Câmara neste evento, no Dia da Solidariedade.
Realmente foi emocionante ver centenas de pessoas, debaixo da chuva, num
domingo de manhã - e vejo aqui o Jacobasto que acompanha o nosso debate, e falo
nele porque ele é o Presidente dos Usuários do Parque da Redenção. E foi
exatamente no Parque da Redenção que Porto Alegre, mais uma vez, mostrou essa
questão fundamental para o desenvolvimento da humanidade, que é a solidariedade
entre as pessoas. O Comitê da Solidariedade fez um evento, e, mesmo chovendo,
mesmo debaixo d’água, as pessoas estavam presentes.
Dentre as tantas autoridades, inclusive
nacionais, que vieram acompanhar os trabalhos do Comitê Coordenado pela Iara
Wortman, estavam personalidades
internacionais como representantes da UNESCO, que emocionaram todas as gaúchas
e gaúchos lá presentes, a UNESCO dizia reconhecer aquela experiência como uma
experiência a ser levada para outros Países. E, naquela oportunidade, através
de uma sugestão do Daniel Tevah, cogitava-se a vinda no próximo ano a
Porto Alegre do novo Secretário da ONU. Eu acho que essas coisas fazem com que
Porto Alegre nos orgulhe cada vez mais. Esse sentimento nos permite ver que não
há destruição de um processo de participação, há o crescimento de novos
conceitos cada vez mais plurais e democráticos nas nossas políticas de
participação entre a sociedade e os Governos; da construção do desenvolvimento
de políticas que incentivam o espírito solidário entre as pessoas.
Quero-me
referir a uma outra questão muito concreta - já concluindo - que é, exatamente,
o fato de hoje o Prefeito José Fogaça e o Diretor-Geral do DMAE, Flávio
Presser, estarem em Brasília conquistando mais um passo fundamental para a
implantação do Projeto Socioambiental da nossa Cidade.
O
Prefeito e o Presidente do DMAE assinam hoje, em Brasília, um Protocolo de
Intenções com o Ministério das Cidades, credenciando o Município de Porto
Alegre a obter um financiamento da Caixa Econômica Federal no valor de 29
milhões de reais. E uma parcela desse valor será utilizada na construção do
esgoto sanitário do sistema da Restinga, sendo necessário para isso, em
contrapartida, o cumprimento de todas as responsabilidades do nosso Município
para com os órgãos federais e internacionais. Cumprimos, inclusive, aqueles
compromissos não-cumpridos no Governo passado, atualizamos os nossos contratos,
os nossos compromissos com o BIRD. E isso permitirá que Porto Alegre possa
avançar na construção da sua política de saneamento, principalmente nas áreas
de periferia, também incluindo os projetos de habitação popular. Isso,
realmente, nos emociona, porque coloca na prática o nosso discurso de fazer com
que a Prefeitura de Porto Alegre trabalhe, efetivamente, para aqueles que mais
precisam. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA.
PRESIDENTA (Margarete Moraes): Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. N. 1755/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N. 068/06, de autoria do Ver. Maurício Dziedricki, que concede o prêmio artístico
“Lupicínio Rodrigues” ao Músico Francisco Carlos Trindade Saratt.
PROC. N. 2274/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 092/06, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que altera a
redação do art. 3º e inclui art. 3º-A na Lei n. 6.075, de 8 de janeiro de 1988,
que estabelece a exoneração do pagamento da tarifa na falta de troco nos serviços
de transporte coletivo do Município, fixando o troco máximo em trinta vezes o
valor da tarifa.
PROC. N. 2410/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 096/06, de autoria do Ver. Marcio Bins Ely, que concede o
título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor César Saut.
2ª SESSÃO
PROC. N. 2415/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 097/06, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede o
título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Plínio Fraccaro.
PROC. N. 2496/06 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO N. 016/06, autoriza a desafetação e permuta do imóvel no
Loteamento Parque Imperatriz Norte, Rua Hermínio Leal de Albuquerque.
PROC. N. 2497/06 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO N. 017/06, que autoriza o Poder Executivo a celebrar convênio
com a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional - METROPLAN,
para execução das obras de drenagem pluvial da Rua Uruguai no valor de R$149.419,53 e dá outras
providências.
3ª SESSÃO
SUBSTITUTIVO
N. 01, de autoria da
Ver.ª Sofia Cavedon, que modifica
a redação da alínea “f” do § 3º do art. 94 da Resolução n. 1.178, de 16 de
julho de 1992, e alterações posteriores (Regimento da Câmara Municipal de Porto
Alegre), admitido dois requerimentos de cada espécie, por proposição, em cada
sessão, ao PROC. N. 3677/05 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 110/05, de
autoria do Ver. Ibsen Pinheiro. Com Emenda n. 01 ao Projeto.
PROC. N. 1672/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 063/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que inclui a
competição de bocha denominada Torneio 7 de Setembro, realizada anualmente pelo
Ipanema Tênis Clube, na Programação Oficial da Semana da Pátria. Com
Emenda n. 01.
PROC. N. 1743/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 067/06, de autoria do Ver. Maurício Dziedricki, que
estabelece espaços para entidades beneficentes de atendimento a pessoas
carentes nas feiras municipais de incentivo ao lazer, cultura, pequeno comércio
e turismo e revoga a Lei n. 7.777, de 1º de abril de 1996.
PROC. N. 1744/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 068/06, de autoria do Ver. Maurício Dziedricki, que
institui o Programa de Reutilização de Pneumáticos Inservíveis.
PROC. N. 2200/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 089/06, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina
Rua Jose Hilario Retamozo o logradouro público não-cadastrado, conhecido como
Rua 1945 - Loteamento Wenceslau Fontoura, localizado no Bairro Mário Quintana.
PROC. N. 2472/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N. 073/06, de autoria da Mesa Diretora, que revoga a Resolução n. 1.547, de 08 de
junho de 2001, que estabelece proporção sobre a totalidade de papel usado nos
expedientes da Câmara Municipal de Porto Alegre, entre as quantidades dos tipos
não-clareado e clareado com cloro.
A SRA.
PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra
para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente.
(O
Ver. Carlos Todeschini assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos
Todeschini): A Verª
Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA. MARGARETE MORAES: Ver. Todeschini, na presidência dos
trabalhos; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste pelo
Canal 16, neste momento de discussão preliminar de Pauta, quero fazer algumas
ponderações. Primeiro, sobre um Projeto, em 1ª Sessão, do Ver. Maurício
Dziedricki - que nos deixa muitos Projetos com a sua saída -, que oferece o
Prêmio Lupicínio Rodrigues ao Chico Saratt, esse moço que trabalha na banda do
Renato Borguetti, e a toda essa banda, que tem um trabalho reconhecido nacional
e internacionalmente. Fui testemunha disso, o Ver. Elói conhece muito bem, e
nós podemos chamar de um clássico popular, porque se utiliza do cancioneiro gaúcho de uma
maneira instrumental a mais sofisticada possível.
Depois nós temos outro Projeto do Ver. Maurício,
que é o PLL nº 068/06, que institui o Programa de Reutilização de Pneumáticos
Inservíveis. Na verdade - isso eu ouvi do Ver. Todeschini na última Sessão -,
os cidadãos também têm responsabilidades com a sua Cidade. Por exemplo, as
calçadas são de responsabilidade dos
proprietários das casas. E, agora, o Ver. Maurício quer dar mais um encargo,
muito difícil de realizar, para a Prefeitura, que já tem dificuldades
financeiras estruturais, que não tem dinheiro nem para manter ou conservar o
Auditório Araújo Vianna. A Administração está oferecendo o Auditório Araújo
Vianna para a privatização, para que uma empresa assuma 80% dos espetáculos.
Nós não podemos
trabalhar assim. Nós temos que pensar na Cidade com responsabilidade. Não
importa se eu sou situação ou oposição. Eu creio que o Projeto do Ver. Maurício
não é bom para a Prefeitura de Porto Alegre, é inviável. Eu até questiono por
ele ser da base do Governo e apresentar um Projeto com esse teor.
Eram esses os
Projetos que eu queria comentar, não vou utilizar todo o meu tempo. Agradeço a
contribuição do meu querido companheiro, Ver. Carlos Todeschini.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Carlos Todeschini): O Ver. João Antonio
Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Ver. Todeschini, na
presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, na Pauta do dia de hoje há doze Processos em debate: três em 1ª
Sessão, três em 2ª Sessão e seis em 3ª Sessão.
O Ver. Almerindo
Filho pretende alterar a lei que estabelece a dispensa do pagamento da tarifa
por falta de troco nos serviços de transporte coletivo. A lei atual fixa em
vinte vezes o valor da tarifa, e o Ver. Almerindo pretende que seja em trinta
vezes. Trinta vezes R$ 1,85 dá R$ 55,50. Ora, eu acho que o problema é mais de
educação, até. Não existe uma nota de R$ 55,00, existe uma de R$ 50,00, como
também não existe uma nota de R$ 37,00. Eu acho que pode fazer, mas não vou
admitir, na Exposição de Motivos, dizer que é sabido que as empresas de
transporte coletivo muitas vezes não respeitam os direitos dos usuários, que
são a parte hipossuficiente na relação, motivo pelo qual se deve elevar para
trinta vezes o valor da passagem, para evitar problemas na hora do
pagamento da passagem, e, conseqüentemente, evitar aborrecimento aos cidadãos
que utilizam o transporte coletivo nessas circunstâncias.
É muito fácil se dirigir sempre contra a empresa
de transporte coletivo. Não sou defensor das empresas de transporte coletivo,
claro, mas gosto mais das coisas feitas com justiça. Nenhum empresário está
fazendo troco no ônibus. Portanto, se algum fato desagradável ocorre, há no
ônibus, sim, o telefone para que o passageiro recorra. E não apenas dizer que o
empresário é o culpado, fazendo-o de vilão, o empresário que transporta, que
faz um bom atendimento. A Cidade se orgulha do seu sistema de transporte.
Portanto, é uma coisa que não anda sozinha, anda através dos empresários que
tem.
Há dois Projetos do Executivo, um trata da
desafetação e permuta do imóvel no Loteamento Parque Imperatriz Norte, Rua
Hermínio Leal de Albuquerque. Eu confesso que não entendo por que está sendo
pedida a desafetação dessa área. Não é, no entendimento deste Vereador, uma
área de uso comum do povo, não é praça, não é área de escola, não é área
destinada à rua; eu não entendi por que está sendo desafetada. São terrenos de
propriedade do Município, podem ser permutados, até porque a permuta é
favorável em todos os sentidos na Prefeitura Municipal. Então, acho que deve
ser aprovado, sim, mas não vejo por que seja desafetada a área, não vi onde
está escrito “bem de uso comum do povo”.
O Prefeito também encaminha, através da
Metroplan, um convênio para drenagem pluvial da Rua Uruguai no valor de 149 mil
e 419 reais. É uma demanda contemplada no processo de Consulta Popular, por
indicação do Conselho Municipal de Desenvolvimento, Comude, e pelo Corede do
Delta. Essa demanda se faz, e o Governo, na contrapartida, entra com 41 mil e
724 reais. Portanto, é para resolver um problema de pluvial, não há nada para
que não seja aprovado. É até razão de satisfação.
Eu não sei se o Ver. José Ismael Heinen mantém o
seu Projeto sobre a competição de bocha, para que o Torneio 7 de Setembro seja
incluído na Programação Oficial da Semana da Pátria. Eu acho que nós não
podemos fazer isso, porque a Programação Oficial da Semana da Pátria é feita
pela Liga de Defesa Nacional. Talvez - mas é 7 de setembro o torneio - devesse
incluir na Semana da Câmara Municipal, que aniversaria dia 6 de setembro. Eu
acho que talvez na Semana da Câmara coubesse. Aí disporia ser iniciativa da
Câmara, mas nunca um Projeto de Resolução determinando à Liga de Defesa
Nacional qualquer obrigação. Nós não temos essa condição. Eu acho que o
Vereador tem excelente intenção e talvez, analisando melhor, passe para a
Semana da Câmara Municipal, o que poderia se fazer sem dúvida nenhuma. Saúde e
PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. JOSÉ
ISMAEL HEINEN: Verª Margarete Moraes, na presidência dos trabalhos; nobres
Vereadores e Vereadoras, de pronto colocando a exposição de motivos do nobre
colega João Antonio Dib, que, com certeza, foi no intuito de ajudar este
Vereador. Nobre Vereador, existe uma Emenda no Projeto, e nós mesmos detectamos
outro dia, da incorreção do encaminhamento. Então, é incluído no Calendário
Oficial da Cidade, apenas isso, em homenagem à Semana da Pátria, porque essa
competição já existe há quase vinte anos. E justamente nós falamos que seria
para chamar atenção para as atividades dos clubes de baixa renda, que têm
poucos associados, que estão com grandes dificuldades de sobrevivência
financeira e social - os clubes de bairro da nossa Cidade, associações, CTGs e
etc. O Presidente do Ipanema Tênis Clube, Aldo
Boscaini, em contato com este Vereador, disse-nos que pretende, nessa
oportunidade, ampliar as festividades no seu clube, relativo à Semana da
Pátria, juntamente com essa competição de bocha, denominada de Torneio 7 de
Setembro.
A respeito do Projeto
do nobre Ver. Almerindo Filho, eu acho que uma vez que existe um Projeto
limitando a exoneração do pagamento de tarifa, nada mais justo do que nós
ampliarmos esse limite para aquele que tenha uma nota de R$ 50,00. É a
atualização do Projeto existente, que ele ponha uma nota de R$ 20,00 e acima de
R$ 20,00, talvez a exoneração, se não houver troco. Então, colocar para R$
50,00. Esses são os dois assuntos principais que eu vejo em Pauta para o dia de
hoje.
Aproveito, novamente,
e peço a compreensão dos nobres Pares para as situações que os nossos clubes
sociais estão enfrentando. Os clubes sociais pagam suas Taxas de Lixo, porque,
em relação ao IPTU, eles são isentos. Faça-se justiça, nobre Verª Neuza
Canabarro, o IPTU é uma isenção do tempo do Prefeito Collares aos clubes
sociais de Porto Alegre. Toda a vez eu me refiro a isso, e eu fui presidente de
clube por nove anos, essa é uma justiça que cabe ao nosso Governador, mesmo não
sendo do nosso Partido. Eu acho que a verdade tem que ser colocada sempre nos
embates políticos, é por isso que nós primamos. Mas a Taxa de Lixo depois veio
a substituir o IPTU de uma maneira muito voraz, muito discriminatória,
principalmente para os clubes sociais, porque eles são cobrados por metro
quadrado, Ver. Ervino Besson.
Nós temos clubes
sociais hoje que não arrecadam o suficiente para pagar a Taxa de Lixo. Vejam o
nosso Riograndense Tênis Clube! Tenho certeza de que a Taxa de Lixo de lá deve
estar atrasada, pelo que me falaram. Em contato com o Presidente do Sindicato
dos Clubes Sociais, dos Patronais, eu pedi uma relação, e ele me disse: “Eu não
preciso te mandar relação, estão todos com problema de atraso no pagamento de
suas obrigações sociais”.
Então, nós
encaminharemos futuramente um projeto no sentido de minorarmos a situação
desses que estão devendo dez, quinze, vinte anos dos seus impostos, e outros
também. Penso na busca de recursos, no sentido de darmos também a oportunidade
de dois bailes, pelo menos, em seus salões sociais, porque hoje a maioria ou
não está fazendo por precaução, ou por estarem com seus salões interditados,
eles têm limitação do som internamente. Que eles possam fazer dois eventos
sociais durante o mês, porque o clube chegou antes, a sociedade se fez com o
clube nos bairros, e hoje o bairro sofre porque o seu clube está sofrendo.
Então, é uma luta que eu quero que os Srs.
Vereadores nos ajudem a enfrentar. É uma luta de todos nós, porque temos votos
em todos os bairros, representamos, somos amigos de todos os bairros e temos
que salvaguardar, porque um clube social é uma segunda prefeitura; um clube
social é uma segunda política pública, porque, dentro de um clube social,
existem regras, existem parâmetros sociais. E é um local onde, talvez, nossos
filhos estejam mais seguros do que em praças públicas, do que em um barzinho ou
nos locais onde eles se reúnem. Era isso. Obrigado pela atenção dos senhores.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. A Verª Sofia Cavedon está com a palavra
para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Carlos Comassetto está com a
palavra para discutir a Pauta.
O primeiro é o Projeto
de autoria da própria Casa, que propõe revogar a Resolução nº 1.547, instituída
em 2001, que elimina a utilização do papel não-clorado e/ou papel reciclado. E
o segundo Projeto institui o Programa de Reutilização de Pneumáticos, ou seja, reutilizar pneus em Porto Alegre,
um Projeto de autoria do Ver. Maurício Dziedricki.
Quero começar pela
questão dos pneus. Eu creio que nós não podemos perder o foco do processo de
reutilização, de reciclagem e da responsabilidade que tem o setor industrial no
ciclo de produção e de reutilização. A Lei Federal e o Conama - Conselho
Nacional do Meio Ambiente -, nas suas resoluções, já construíram políticas
definindo que as responsabilidades de reutilização desses produtos, pneus e
muitos outros - agrotóxicos, baterias, pilhas - são das empresas produtoras,
que têm de dar retorno aos produtos, quando forem descartados, para a sua
reutilização e destinação. Então, o princípio que traz aqui o Ver. Maurício
Dziedricki é interessante, só que nós não podemos transferir para o Município
uma responsabilidade que hoje é do setor empresarial e do setor industrial.
Primeiro coloco isso.
Em segundo lugar, como
o Vereador propõe fazer fossas sépticas com a reutilização dos pneumáticos,
quero falar aqui sob o ponto de vista técnico: fossa séptica é um equipamento
isolado, ele não se comunica com o ambiente que faz a reutilização interna dos
esgotos cloacais, onde há uma ação aeróbica e anaeróbica, ou seja, com a
presença do oxigênio e sem a presença do oxigênio. Portanto, no momento em que
o Vereador propõe a utilização disso para substituir as fossas, ele está
propondo um retrocesso sob o ponto de vista tecnológico.
Então, quero trazer
essa discussão aqui como uma contribuição ao Vereador, hoje Secretário da SMOV,
porque nós não podemos propor um tipo de tecnologia que não vai avançar na
qualificação ambiental, que vai diminuir ou reduzir os avanços que nós já temos
hoje. O que nós temos é de trabalhar no esgoto, Ver. João Antonio Dib, para
alcançar em 100% o que chamamos de separador absoluto e tratamento dos esgotos
cloacais. Esse é o Projeto Socioambiental da nossa gestão, que ficou pronto,
Projeto a que a Verª Clênia Maranhão se referiu aqui hoje. O Município está
assinando, lá no Governo Federal, com a Caixa Econômica Federal um Projeto que
aprovamos aqui nesta Casa, há quinze dias, Ver. Elói Guimarães; nós autorizamos
o Município a fazer a contratação, que não foi de 29 milhões, mas de 130
milhões de reais, em relação ao Programa Saneamento Básico do Governo
Federal. Temos de trabalhar em conjunto. Portanto, eu creio que o Ver.
Maurício, as suas assessorias de Bancada e a base do Governo precisam analisar
essa tecnologia, pois, tecnologicamente, o Projeto está equivocado.
Para concluir, Verª Margarete Moraes: esta Mesa
propõe revogar a Resolução que estabelece proporção sobre a totalidade de papel
usado nos expedientes da Casa. A Resolução determina que esta Casa tem de
consumir um percentual de papel não-branqueado e/ou não-clorado. Isso significa
qualidade ambiental, significa uma política correta. Ao revogarmos isso -
alerto aqui, novamente, aos colegas e às colegas -, esta Casa estará na
contramão do avanço das políticas ambientais. Eu sugiro novamente - e coloco o
nosso mandato à disposição, creio que os outros colegas também - que
encontremos uma solução, se somente a questão econômica estiver em jogo. Há um
mercado imenso que trata desse tema. Sugiro que, juntamente com os colegas da COSMAM,
nós encontremos uma solução interna, inclusive administrativa, para esse
problema, pois não podemos retroceder ambientalmente. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço a manifestação do Ver. Comassetto. O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
Desiste. O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Verª
Margarete Moraes, na presidência dos trabalhos; Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, público que nos assiste, eu também venho discutir esse assunto,
pois entendo que ele é recorrente. Essa matéria entrou no ano passado e
retornou este ano.
Com relação à reutilização de pneumáticos
inservíveis, ou de pneus que são descartados, Ver. João Dib, eu tive uma curta
experiência no DEP, quando se tentou desenvolver a idéia de utilizar pneus de
ônibus - à época, a CARRIS era a doadora das peças - para construção de muros
de arrimo, o que não traz grandes diferenças de resultado, porque tem de ter um
atirantamento, tem de ter muita solda, não é simplesmente utilizar. Mas o
Vereador-proponente quer utilizar em sistemas de esgoto, eu conheci o Projeto
original. Quero dizer que isso é muito complicado, porque obriga alguém a
recolher, a depositar os pneus, e os pneus amontoados, sem uma destinação,
acumulam água e tornam-se um grande ambiente de proliferação do mosquito da
dengue. E nós já estamos em situação muito crítica, Vereador; a situação do
vetor da dengue, o aedes aegypti, em
Porto Alegre, está se proliferando como nunca, dada a elevação das
temperaturas. Não tenho notícias, ainda, de casos de contaminação em Porto
Alegre, mas o risco é imediato. E um programa desse tipo se propõe a assumir
uma responsabilidade que não é do Município. Portanto, é um Projeto que não
deve prosperar.
Eu também acho que temos de acelerar a votação do Projeto que autoriza o Poder Executivo a celebrar convênio com a Metroplan, para a instalação de obras e drenagem pluvial na Rua Uruguai, no valor de quase 150 mil reais, que é uma questão importante.
Em Pauta, também, há o Projeto que permuta um
terreno na Zona Norte da Cidade, de interesse do Município. Eu creio que a
discussão que o Ver. João Dib levantava era relativa à questão da desafetação,
já que parte dessa área do Município, destinada à permuta, estava gravada como
praça. Isso não impede, efetivamente, que se comercialize a área, porque o
negócio é de interesse do Município, é bom para o Município, o Município ganha
com isso, pois vai ter um retorno de, aproximadamente, dez mil reais, e a
comunidade vai poder construir a sua igreja; enfim, todos ganham com isso. O
Projeto já está tramitando há 17 meses - é bastante tempo -, mas ele pode,
agora, ter um retorno em curto espaço. Vamos auxiliar para ver se é possível.
Eu creio que, através da aplicação do art. 81, ele tenha uma votação bastante
célere.
Minha querida Verª Margarete, assim também
encerro a minha manifestação relativamente aos Projetos em Pauta no dia de
hoje. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTA (Margarete Moraes): Junto com o Ver. João Antonio Dib, eu lhe
aplaudo pela objetividade da sua intervenção. Estão encerrados o período de
Comunicações e o período de Pauta.
O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOSÉ
ISMAEL HEINEN: Exma. Srª Presidenta dos trabalhos, Verª Margarete Moraes;
nobres colegas, estupefato sempre e cada vez mais estou pelas notícias que
cercam os noticiários dos últimos dias, dos últimos meses, dos últimos anos.
Fiquei realmente constrangido ao ler no Correio do Povo de hoje a manifestação
de S. Exª o nosso Presidente da República, legitimamente eleito, empossado,
respeitado, principalmente pela oposição. Diz ele que violência é um problema
social e que não é de competência da Presidência da República, não é
responsabilidade do Governo do Estado, não é responsabilidade do Poder
Municipal. Pergunto: é responsabilidade de quem, se não é do Presidente da
República, que num sistema presidencialista nós elegemos para resolver os
problemas nacionais? Quatro anos e nós estamos nessa balbúrdia de violência, de
insegurança, afetando a nós, a todo o Brasil, e vem um Presidente da República
dizer que esse assunto não é nada com ele, que é problema da sociedade. Eu acho
que a sociedade vai ter que eleger ou um novo Presidente, um outro Presidente,
ou um imperador, para ver se resolve esse problema tão aflitivo que é a
Segurança nacional.
(Manifestação anti-regimental.)
O SR. JOSÉ
ISMAEL HEINEN: Mas ele diz que não é com ele, que ele não sabe disso, que
não é um problema do Presidente da República, diz ele também que não o é dos
Governadores, nobre interlocutor.
Mas nós temos mais coisas que nos deixam
atônitos na política do nosso País ultimamente. Ontem eu parei numa barreira
dos - como gostam de dizer as oposições - condutores do agronegócio no Brasil;
parei. Fui falar para saber deles o que está realmente acontecendo. Tratava-se
de uma barreira de arrozeiros, protestando porque a remuneração é de 16 reais a
saca, e a despesa, para produzir uma saca, é de 24 reais. Então, eles estão -
como fizeram dantes, quando eram oposição, o Lula, principalmente -
reivindicando melhores condições para o seu negócio, para que possam continuar
a pagar os seus impostos, dos quais o Governo é tão cioso.
E eu vejo, no dia 20, Ver. João Antonio Dib, uma
declaração do Presidente, que foi líder sindical, falando aos ruralistas do
Estado do Paraná, chamando de cretinice - está aqui escrito: cretinice - as
ações de representantes do setor rural. Talvez se isso tivesse vindo daqueles -
como eles falam - de centro-direita, teríamos uma reportagem, uma gritaria de
todos os lados. Um sindicalista, um Presidente chamar de “cretinice” uma
manifestação ordeira pelo direito de poder trabalhar na profissão, assegurar o
emprego fora das cidades... Acho que o nosso Presidente, como ele sempre diz,
não sabe de nada, realmente, do que acontece no nosso País.
Agora, o principal, o que me deixou mais
chocado: se nós analisarmos, e estou falando para as donas-de-casa, o Brasil
paga um dos mais altos juros, se não é o mais alto, e perdoa dívidas dos
países, mas paga o juro mais caro do mundo. Ele deixa expropriar o patrimônio
da Petrobrás e chama de “irmão” aquele que tem o poder de abrir ou fechar o
provimento do nosso gás de cozinha e botar o preço que quiser. Este Governo,
que paga o juro mais caro do mundo, empresta e financia obras do “irmão”
Chávez, da Venezuela; e o “irmão” Chávez, da Venezuela, pega esse dinheiro e dá
para o “irmão” Evo Morales, que agora também vem pedir competitividade, além de
expropriar o patrimônio do trabalhador brasileiro - a Petrobras é do
trabalhador brasileiro! - e vem pedir também dinheiro para o Brasil, numa
negociata. Quer dizer, o Brasil empresta para a Venezuela, a Venezuela empresta
para a Colômbia, mas quem paga os juros? É o Brasil. Porque, se o Brasil não
pagasse os juros mais altos do mundo, não viria esse dinheiro todo para cá! Não
teríamos dinheiro para perdoar dívidas, não teríamos dinheiro para financiar
metrô na Venezuela! Porque falar em dinheiro para nós darmos dignidade ao povo
brasileiro, para criarmos emprego, nem se fala, nem se pensa, com este Governo!
Como diria o Haroldo: “É lamentável!” Mas é verdade. E eu tenho que conviver
com isso. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. MARIO
FRAGA: Verª
Margarete Moraes, na presidência dos trabalhos; Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, público que nos assiste pela TVCâmara, demais ouvintes, quero
agradecer ao Vereador-Líder da nossa Bancada, Ver. Nereu D'Avila, pela cedência
deste espaço, já que vamos falar em causa própria, mais precisamente sobre o
Dia da Solidariedade, acontecido ontem no nosso bairro Belém Novo. Nós queremos
fazer um agradecimento a todas as pessoas e a todos que estiveram envolvidos.
Conseguimos fazer em Belém Novo - para nós que somos moradores e nascidos lá - a maior festa que o Bairro teve em todos os seus tempos, que eu tenha visto. Tivemos aproximadamente duas mil pessoas numa praça. O Ver. Ervino lá esteve à tarde, na hora do movimento, na hora em que o parque estava aberto. Tivemos aproximadamente duas mil pessoas. Para nós, de Belém Novo, que somos sete mil pessoas, isso é muita gente.
Então, queremos agradecer ao Ver. Ervino, que esteve presente, ao Ver. Cassiá Carpes, ao Ver. Nereu D'Avila, que nos ajudou na emissão dos fôlderes da festa, por intermédio do seu Assessor, o Paulo, ficamos muitos satisfeitos com a presença desses Vereadores. E gostaria de fazer um agradecimento especial também ao Prefeito José Fogaça, do qual recebemos a visita; ele ficou encantado com as apresentações das escolas, principalmente a Escola Madre Raffo, a Escola Evarista Flores da Cunha, a Escola Dr. Glicério Alves e a Escola para Portadores de Deficiência “Nehyta Ramos”. O Prefeito Fogaça assistiu a todas essas atividades, inclusive ao foguetório que, pela primeira vez, Ver. Ervino, houve em Belém Novo, um foguetório no início dos trabalhos, às 11h da manhã.
Queremos dizer aqui quem foram os principais organizadores: Núcleo Comunitário Belém Novo, que é comandado pelo Major Cidade; o Major Cidade está fazendo o seu nome por causa do trabalho que tem realizado naquela região. Então, nós, de Belém Novo, nos sentimos tremendamente satisfeitos com o trabalho do Núcleo Comunitário Belém Novo. Queremos agradecer também ao Condomínio Terraville, na pessoa do Sr. José Maria, que tanto tem ajudado a nossa comunidade, uma comunidade carente. O Terraville, junto com o Núcleo Comunitário Belém Novo, tem nos ajudado em todos os sentidos, desde as pequenas reformas na Escola, plantação de árvores, até as pinturas de meios-fios nas escolas.
Também tivemos lá, ontem, a emissão de Carteiras
de Identidade, pelo Instituto de Identificação do Estado do Rio Grande do Sul;
tivemos a emissão de Carteira de Trabalho, pela Fundação Gaúcha do Trabalho,
por intermédio do seu responsável, Sr. Antonio Moisés. E para nossa satisfação,
principalmente nós, do PDT, estivemos com o Setor de Saúde do Extremo Sul, com
seu Diretor Coordenador, Dr. Tiago Duarte,
que é médico da Zona Sul e que tem realizado um excelente trabalho naquela
região, inclusive sendo um dos mentores para o Posto de Saúde de Belém Novo ter
o terceiro turno antes do período de inverno. Normalmente, em Belém Novo, o
terceiro turno só era feito no período do inverno; hoje nós já temos lá, há
mais de um mês, o nosso Posto de Saúde funcionando até às 22h, o que para nós,
de Belém Novo, é uma satisfação, é uma necessidade daquele povo, que tinha de
se deslocar até a Restinga para ser atendido. Então, hoje nós estamos com o
Posto. Agradecemos de viva voz ao Dr. Pedro Gus e ao Dr. Tiago Duarte pela
implantação do Posto de Saúde Belém Novo.
Um agradecimento também à Brigada, na pessoa do Coronel Batista, Comandante do 21° Batalhão da Brigada Militar, que tem tanto nos tem ajudado na Zona Sul, em especial no Extremo Sul. Nosso agradecimento a todos que estiveram presentes ontem na Festa de Belém Novo, um agradecimento também ao Prefeito José Fogaça, por todo o apoio que nos deu. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Maria Celeste solicita Licença para Tratamento de Saúde para o
dia de hoje, em anexo o atestado médico.
(Obs.: Foi
apregoado o Requerimento de Licença da Verª Maria Celeste e dada posse ao
Suplente, conforme consta na Ata.)
O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ELÓI GUIMARÃES:
Verª Margarete Moraes, na presidência dos
trabalhos; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, são pautas
irrecusáveis a crise brasileira, a crise política, a crise das instituições e a
crise comum que envolve a sociedade no seu todo. Eu já disse nesta tribuna, Srª
Presidenta e Srs. Vereadores, que existe uma órbita própria da democracia, em
que o contraditório se faz através das divergências dos Partidos políticos. Mas
existe uma questão que sobrepaira essa ordem: quando temos que nos unir, quando
todos temos que estar unidos numa crise que é comum a todos; em última análise,
trata-se de algo que configuraríamos na seguinte colocação: a luta do bem
contra o mal.
Eu acho que essa luta une a todos nós neste momento grave, gravíssimo, por que
passam as instituições. Então, não devemos procurar culpados, na minha opinião,
nessa discussão.
Vejam o que aconteceu em São Paulo, em que o
Governador mandou proceder a uma negociação com a delinqüência. Há poucos anos,
isso seria absolutamente inadmissível por qualquer ordem de avaliação ideológica,
etc. e tal. Mas isso, na verdade, ocorreu e é inadmissível.
Vivemos
esta crise, e a sociedade precisa se unir. As instituições públicas precisam se
unir sob pena de a sociedade sucumbir, e é o que está acontecendo: a
delinqüência encarcerada domina a sociedade hipoteticamente livre,
hipoteticamente, porque encarcerados, hoje, estão exatamente as pessoas de bem;
os homens de bem deste País estão, por assim dizer, intramuros, intragrades, e
a delinqüência está ditando regras. Então, é aquilo que colocamos na última vez
em que tivemos a oportunidade de pensar sobre o assunto: que se faça um pacto
nacional, porque temos um ponto de vista comum, e não posso admitir diferente.
Todos nós somos contra a delinqüência, podemos até discordar de determinadas políticas
a serem aplicadas, mas todos somos contra os atentados às famílias, às viúvas,
aos viúvos e aos órfãos, e é isso que se vê, hoje, no País. O País mergulhou
numa verdadeira guerra civil, e a sociedade que produz, a sociedade que
contribui, a sociedade que dá emprego, essa sociedade não pode sucumbir diante
da delinqüência.
Eu reputo fundamental o entendimento nacional
para combatermos, em todos os nossos Partidos, independentemente ser Governo
Federal, Estadual, Municipal, seja o que for, tem de haver a união nacional. A
grande união nacional para combater, exatamente, os atentados à sociedade,
porque estamos, queiramos ou não, vivendo um Estado paralelo, onde o Estado
constituído pelo voto popular tem que negociar com esse Estado anti-social, antidemocrático
da violência.
Portanto, fica aqui a nossa manifestação, Srª
Presidente e Srs. Vereadores, para que reflitamos sobre esta hora tão grave por
que passa o nosso País. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Verª Margarete
Moraes, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, peço vênia a V. Exª, Vereadora, para que eu possa, conscientemente,
infringir o art. 229 do Regimento Interno.
Na realidade, eu não sei se o Canal 16, que está
colocado à disposição da Casa do Povo de Porto Alegre, foi uma coisa boa ou
ruim: a ânsia de aparecer na televisão parece que nos preocupa muito. E eu
quero pedir licença para infringir o art. 229 do Regimento Interno, que é
claro, não tem como duvidar das suas letras, que diz o seguinte (Lê.): “O
Líder, a qualquer momento da Sessão, exceto na Ordem do Dia, poderá usar da
palavra, por cinco minutos, sem aparte, para comunicação urgente e de
excepcional importância, submetendo o assunto preliminarmente à consideração do
Presidente dos trabalhos. Parágrafo único: A comunicação a que se refere este
artigo é prerrogativa da qual cada Líder só poderá valer-se uma vez por Sessão,
sendo-lhe, não obstante, permitido delegar, em cada caso, expressamente a um
dos seus liderados a incumbência de fazê-lo.”
Este é o Regimento de uma Câmara que têm 36
Vereadores, e eu a conheci com 21 e achei que funcionava muito melhor. Mas aos
36 Vereadores não adianta o nosso tempo de Comunicação, não adianta o nosso
tempo de Grande Expediente e o tempo de Pauta, que permitem que todos os
Vereadores falem. Há uma necessidade urgente e inadiável de cada Vereador usar
o seu tempo de Líder. Nós temos doze Bancadas, felizmente dois deles raramente
usam o tempo de Líder, então são dez. Mas nós somos doze.
Eu, há onze meses, solicitei uma análise da
Comissão de Constituição e Justiça em relação ao entendimento que tinha a
Comissão quanto ao art. 229 do Regimento. No Requerimento, eu solicito o
seguinte: “Sr. Presidente, formulo um Requerimento no seguinte sentido: são
doze os Partidos da Casa, por isso eu gostaria que V. Exª solicitasse à
Comissão de Justiça um estudo sobre a aplicação do artigo que concede o tempo
de Liderança, para que, depois, nós pudéssemos melhorar as condições de
funcionamento da Casa.”
Foi à Comissão de Constituição e Justiça, e a
Comissão concluiu o seguinte: “Conclui-se que, devido ao fato de haver na Casa
um número importante de Partidos políticos, atualmente, deve-se reforçar o
previsto no Regimento no sentido do cumprimento da determinação regimental,
para que tal período seja utilizado para a comunicação urgente e de excepcional
importância. Por todo o exposto, é que manifestamos nosso parecer no sentido de
se cumprir com mais rigor a determinação do Regimento da Casa.” Todos os
Vereadores da Comissão de Constituição e Justiça concordaram, foi por
unanimidade.
Na quinta-feira, ainda ouvi utilizarem o tempo
de Líder para tentar denegrir uma pessoa que merece todo o nosso respeito; não
era de excepcional interesse, não era urgente, inadiável, mas para denegrir há
muito tempo, não havia nem necessidade. E hoje, perdoem-me os meus ilustrados
colegas que usaram tempo de Liderança, qual dos assuntos era urgente e
inadiável? Nenhum!
Portanto, o Processo está em minhas mãos, e vou
fazer chegar às suas, Vereadora, para que o Presidente Dr. Goulart possa fazer
valer o art. 229. E, quando pedir Liderança, o Vereador dirá ao Presidente, ou a
quem estiver presidindo, como bem faz V. Exª neste momento, qual é o assunto
urgente e inadiável. E o Presidente concederá. Sei que é difícil decidir se o
assunto é urgente e inadiável, mas todos os Vereadores têm muito bom senso, têm
muita competência, eles também sabem o que é urgente e inadiável. Não precisa
submeter à consideração do Presidente. Saúde e PAZ! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTA (Margarete Moraes): Respondo ao Ver. João Antonio Dib: acredito que
V. Exª não infringiu o art. 229, porque tratou de uma questão que, segundo seu
ponto de vista, é urgente e excepcional, qual seja, o de colocar o artigo para
todos os Vereadores. No entanto, há um hábito na Casa, já é uma tradição, e há
um fator de subjetividade muito grande para quem preside a Casa saber ou julgar
se é urgência ou se é excepcional. Então, nós deveríamos, na Reunião de Mesa,
conversar com o Presidente Dr. Goulart, para que as pessoas, conforme V. Exª
sugeriu, coloquem o tema que vão falar antes. Na verdade, esse tempo é usado
livremente sempre por todos os Partidos, e todos os Presidentes assim o
entenderam. Inclusive já foi usado até para homenagear pessoas. Acredito que
todos os Vereadores devam ter responsabilidade para cumprir o Regimento da
melhor maneira possível.
Neste momento, não me julgo apta a julgar um
Vereador e exigir que ele me dê o tema antes, porque nunca foi assim, porque
nunca aconteceu isso nesta Casa. Nós deveríamos consultar a Mesa, estabelecer
uma nova regra junto com o Dr. Goulart, o nosso Presidente.
O SR. NEREU D'AVILA: É mais um esclarecimento. Vossa Excelência falou em Reunião de Mesa, e
eu sugeriria, também, que fossem convocadas as Lideranças, porque na verdade
esse é um tempo de Liderança partidário, e as Bancadas são responsáveis pelo
que é dito em nome da Bancada lá, e, como são um número grande de Bancadas, só
se houver um consenso a respeito do cumprimento do Regimento. Então nós
precisamos verificar as responsabilidades com as Bancadas. Obrigado.
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Aceito a sugestão do
Ver. Nereu D’Avila, e gostaria de encerrar esse assunto, mas vou ouvir o Ver.
Sebenelo antes.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Verª Margarete, na
presidência dos trabalhos; a questão da urgência
e da excepcionalidade do assunto precisa ser regulamentada, ela precisa ter um
texto à parte, no sentido de definir, porque para mim todo o assunto que passar
para amanhã e ficar velho se torna urgente, até porque, após as quintas-feiras,
nós só vamos ter Sessão na segunda-feira seguinte, o que não acontece, por
exemplo, nas quartas-feiras, pois no dia seguinte nós temos Sessão. Então, a
urgência e a excepcionalidade estão muito ligadas à questão de tempo e à
questão da qualidade dos assuntos, como alguns, por exemplo, que dizem respeito
ao bem-estar das pessoas, principalmente as questões relacionadas a áreas mais
complexas, como saúde e educação, que têm essa urgência, tanto quanto a área
política. Muito obrigado.
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Agradeço, Ver.
Sebenelo, e levarei o assunto ao Presidente Dr. Goulart, para que seja levado à
Reunião de Mesa e Liderança, a fim de haver uma regulamentação.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Verª Margarete, na presidência dos trabalhos; eu
acho que, pela observação do Ver. Nereu D’Avila, ele se contradiz. Creio que
ele seja da Comissão de Justiça, e há a sua assinatura ali. Ele se contradiz.
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Eu vou encerrar esse
assunto. O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de
Líder.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Verª Margarete Moraes, na presidência dos
trabalhos; colegas Vereadoras, colegas Vereadores, público que nos assiste,
atendendo aqui ao apelo do Ver. João Antonio Dib, quero dizer que o assunto de
urgência que vou tratar hoje, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores,
é sobre Segurança. A oportunidade é para a defesa em relação às acusações que
foram feitas desta tribuna ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, querendo
responsabilizá-lo pelas crises, principalmente pelos desmandos do Governo de
São Paulo, Governo do PSDB e PFL. Essa é a oportunidade do tema. Qual é a
relação disso com o Rio Grande do Sul e com a nossa Capital? Esta Capital tem a
Secretaria de Segurança coordenada pelo PP, e a Verª Mônica Leal veio aqui
dizer que todas as responsabilidades são do Governo Federal.
Portanto, começo
dizendo o seguinte: primeiro, vim a esta tribuna, na semana passada, para
rebater, alto e bom som, a posição do PFL, que repetia as mentiras que foram
transmitidas pela revista Veja. Mentiras que diziam que o Presidente da
República tinha conta em paraíso fiscal. A própria revista Veja reconhece o seu
erro e diz, hoje, que a lista que apresentou era falsa, e que a
responsabilidade, portanto, é do banqueiro Sr. Dantas. Continuamos dizendo que
a Revista prestou um desserviço à Nação brasileira ao reproduzir uma calúnia
contra a autoridade máxima deste País, o Sr. Presidente da República, Luiz
Inácio Lula da Silva.
Segunda questão:
quero trazer para esta tribuna que a afirmação do Presidente Lula não é falsa
quando diz que o problema da Segurança é um problema social. E eu falo para as
nossas educadoras, Verª Neuza, Verª Sofia, e às demais, que o problema da
Segurança Pública é um reflexo da falta de política social e educacional deste
País nas décadas que nos antecederam. E isso está sendo dito não só por nós,
mas também pelo Sr. Lembo, Governador de São Paulo em exercício, do PFL, que
diz com muita clareza que essa pequena categoria ou classe branca de São Paulo
tem que começar a se preocupar com a desigualdade que nós mesmos criamos em São
Paulo e no Brasil.
Por que eu digo isso
com muita clareza? Porque a própria revista Veja diz que a grande
crise em São Paulo começou quando o PCC foi fundado lá em Taubaté. Sabem em que
ano? Em 1993, há treze anos. Quem era o Governador? O Sr. Fleury. E de que
Partido era, na época? Do PMDB. Quem é que governou São Paulo depois? O PSDB e
o PFL. Então: PTB, PMDB, PSDB e PFL. O que aconteceu em São Paulo e que veio a
ser considerado como a maior decadência da Segurança Pública da América Latina?
O escândalo e a mortandade do Carandiru. O que foi feito de lá até hoje? Nada!
O que disse o então Governador Alckmin, para socorrer o seu sucessor? “Vire-se!
Não tenho nada com isso!” O que fez o Presidente da República e o Ministro de
Segurança, Sr. Márcio Thomaz Bastos? Imediatamente ligou - e eu queria dizer
isso à Verª Mônica Leal, não é questão partidária, não, é questão de coerência
com a política nacional - para o Sr. Lembo e disse: “As forças de Segurança, a
Polícia Federal, os recursos e a estrutura estão à sua disposição”. Aí, a
oposição não sabe o que dizer e diz que isso é responsabilidade do Presidente
da República.
Senhores e senhoras, o Presidente da República,
ou o Governo Lula, investiu nesse período, contratou mais de três mil agentes
para a Polícia Federal, já desbaratou e prendeu mais de trezentas quadrilhas, a
última foi a quadrilha “sanguessuga”. E aí, Dr. Sebenelo, que é médico, que é
do PSDB, eu não vi nenhuma vez V. Exª, em nome do PSDB, vir condenar todos
aqueles Deputados que estão roubando ou tirando dinheiro da Saúde Pública deste
País. Por que foi feito isso? Por que foi desbaratado? Porque o Presidente da
República, através da Polícia Federal, orientou e determinou. E essa é a nossa
orientação.
Portanto, Ver. João Dib, é oportuno que, em nome
do Partido dos Trabalhadores, eu venha aqui, sim, fazer a defesa do Presidente
da República e dizer que os equívocos políticos que são ditos nesta tribuna
terão que ser rebatidos alto e bom som e, mais do que isso, com números, e aqui
eu mostro os números. (Mostra documento.) Para encerrar, Srª Presidenta: em
2003, 2004 e 2005, qual foi o repasse de verba para o Rio Grande do Sul na
Segurança Pública? Em 2003, 54% do Governo Lula e 46% do Rigotto; 2004, 70% do
Lula e 30% do Rigotto; 2005, 63% do Governo Lula e 37% do Governo Rigotto. Eu
quero que V. Exas. venham aqui defender o Governo Rigotto como o melhor Governo
da Segurança Pública. Quero ver virem aqui contra o que o Presidente da
República está fazendo no que diz respeito à qualidade de política para a
sociedade brasileira.
Para
concluir, na Segurança Pública, o nosso Governo Federal está, sim, construindo
uma política. Não é ainda a totalidade de que necessitamos, mas é muito melhor
do que as das últimas três décadas. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTA (Margarete Moraes): Convido o Ver. Valdir Caetano para assumir a
presidência dos trabalhos.
O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
(O Ver. Valdir Caetano assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PROFESSOR
GARCIA: Ver.
Valdir Caetano, na presidência dos trabalhos; Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, vamos utilizar o tempo de Liderança dentro daquilo que é praxe
nesta Casa, ou seja, cada Bancada tem o livre arbítrio para abordar o tema que
quiser.
Mas, Ver. João Antonio Dib, tenho certeza de que
o tema que trago é oportuno neste momento. E vou dizer por quê. No último
sábado, 20 de maio, Dia da Solidariedade, o Prefeito José Fogaça regulamentou
uma lei de autoria deste Vereador, o Disque Solidariedade, e colocou à
disposição um telefone já conhecido da comunidade, o 156. Eu tenho certeza de
que inclusive V. Exª vai utilizar o 156 para fazer alguma doação, porque o
Disque Solidariedade propõe que qualquer pessoa física ou jurídica que quiser
fazer qualquer doação a faça. Pode ser doação de gêneros alimentícios não-perecíveis,
material de construção, livros, órteses, próteses, óculos, roupas. É uma
variedade de situações em que o povo de Porto Alegre pode mostrar que realmente é solidário.
Através do 156, que
já está à disposição desde hoje para também receber esse atendimento, as
pessoas poderão se inscrever dizendo que tipo de material querem doar; vai uma
viatura da Prefeitura e busca esse material, entrega para a FASC, e, juntamente
com o Conselho Municipal de Assistência Social, as entidades cadastradas vão
receber essas doações.
Eu
vejo que, mais do que nunca, foi oportuno esse momento de regulamentação pelo
Prefeito. E, como Vereador proponente da lei, fico muito satisfeito, já que
esta foi a primeira lei que o Prefeito José Fogaça sancionou em janeiro de
2005. Agora acontece a regulamentação, colocando em prática essa possibilidade
real e concreta, que espero possa ser levada para outros Municípios.
Há
um princípio bíblico que diz que “ninguém é tão pobre que não tenha nada para
dar”. E, dentro disso, eu tenho certeza de que o povo porto-alegrense vai
mostrar mais uma vez a sua solidariedade, disponibilizando muita coisa que às
vezes não está usando momentaneamente, algum material que entende que possa
servir a outros mais carentes.
E
é por isso, então, que, a partir de hoje, o número 156 está sendo
disponibilizado para a população dentro do Disque Solidariedade, e eu volto a
dizer: ele foi sancionado no dia 20, no Dia da Solidariedade, que é uma lei do
Deputado Cézar Busatto.
Então, Ver. Valdir
Caetano, queria fazer esse relato, aproveitando o tempo de Comunicação de
Líder, em nome do meu Partido, o Partido Popular Socialista, para dizer que é o
momento oportuno, o momento em que podemos, sim, sensibilizar as pessoas da
nossa Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Valdir Caetano): O Ver. Claudio Sebenelo está com
a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, um dos melhores
encartes que há neste País hoje é o encarte Mais, do jornal Folha de São Paulo,
e nele hoje aparece o comentário do filósofo gaúcho Denis Rosenfield: “Uma vez
que o objeto do livro se torna crítica do discurso competente, ele abre caminho
para o elogio da ignorância, tal como concretizado nos discursos ‘quase-lógicos’
do Presidente Lula. Não é casual que o nosso Presidente tanto se gabe da sua
ignorância, pois parte dos intelectuais o justificava. Serviram à causa e
desserviram à verdade e ao País”. E ilustra com uma fotografia do Presidente da
República muito bem vestido. (Mostra a fotografia.) O Presidente da República,
Luiz Inácio Lula da Silva, o antigo metalúrgico, inaugura uma universidade
pública em Guarulhos. O ar inteligente e a universidade pública não fazem par
com o Presidente, não pelo que ele não sabe, não, mas pelo elogio à ignorância,
feito inclusive pelos intelectuais.
Ignorância que faz
com que ele faça este tipo de declaração, publicado pelo jornal Correio do Povo
de hoje: “Violência é um problema social. O problema não é do Governador, não é
do Presidente ou do Prefeito; o problema é da sociedade brasileira. Nós estamos
colhendo o que foi plantado neste País, e, se nós quisermos resolver isso,
precisamos assumir a responsabilidade dos passos que vamos dar.” Pois, se ele,
por um lado, diz uma barbaridade dessas, por outro, realmente precisa assumir
suas responsabilidades, porque, hoje, entre as causas maiores da criminalidade,
entre as causas maiores da violência neste País, está capitulada a conduta
pessoal do Sr. Presidente da República, que sentou em cima dos processos mais
graves deste País, dizendo que não sabia de nada. E todo o País sabe que ele
sabia de tudo e que ele era um dos responsáveis, tanto que a OAB fez uma
queixa-crime contra a pessoa do Presidente da República no dia em que a Bancada
do Partido dos Trabalhadores e do PCdoB festejaram o não-impeachment do
Presidente, conformaram-se com o prêmio de consolação, quando houve apenas uma
queixa-crime contra a pessoa do Sr. Presidente da República.
É isso, Ver. Carlos
Comassetto, V. Exª, que é uma pessoa de grande clarividência, não pode vir
para cá e dizer: “Não, não foi a Verª Mônica Leal que disse isso, quem falou
isso foi o Presidente da República”. Dizer um disparate desses, só com muito
despreparo! E outra coisa: no momento em que o Brasil precisa de um estadista,
nós temos um Presidente, assim, que começa a perder o jogo até para a Bolívia!
E aí fica muito difícil justificar e trazer no andor, carregar esse andor
pesado da incompetência de um Governo que assusta hoje a Nação!
Não são por acaso os episódios de São Paulo, não
se trata de uma ocorrência fortuita sem que ninguém conhecesse! Não! Era fácil
de ser prevista, pela ausência de uma política de Segurança no País! No ano de
2004, foram investidos no País mais de 500 milhões em Segurança! No ano de
2005, menos de 250 milhões! E este ano menos de 111 milhões! Está havendo um
decréscimo no investimento em Segurança, e, dessa forma, estamos chegando às
causas, entre elas, a conivência da oficialidade que governa este País com a criminalidade!
Mais do que coniventes, são acusados de criminosos! E, se os criminosos do
Governo podem, os criminosos das cadeias também podem! Esse é o recado para a
Nação!
Esse é o desrespeito e a inversão que traz o
País a uma das anomias mais insuportáveis de uma sociedade, País que não
agüenta mais essa inversão e essa agressão ao Estado de Direito, ao contrato
social brasileiro, indiscutivelmente essa situação precisa ser mudada! Mas tem
de ser mudada de uma forma completamente diferente, por pessoas que tenham,
pelo menos, a consciência, a responsabilidade e a sensibilidade de saber que
estão lidando com o Estado e não com os seus interesses pessoais! É isso que,
lamentavelmente, não gostaria de responder ao Ver. Carlos Comassetto, mas temos
de dizer para não taparmos a imagem do sol com a peneira, vindo aqui dizer que
São Paulo não está no Brasil, que está tudo muito bem e que o Lula é o nosso
herói! Quer dizer, por favor, o povo todo já sabe muito bem de quem se trata o
Sr. Presidente da República! Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. NEREU
D’AVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, hoje houve um acordo, por
unanimidade, entre Mesa e Lideranças, para que às 17 horas entrássemos na Ordem
do Dia. Então, eu indago a V. Exª quantos oradores ainda faltam em Liderança, para que possamos, ouvindo
as Lideranças inscritas, imediatamente entrar na Ordem do Dia. Se faltar mais
da metade das Lideranças, nós vamos ter de tomar uma decisão.
O SR.
PRESIDENTE (Valdir Caetano): Eu respondo, Sr. Vereador. Faltam falar em
Liderança: PSB, PCdoB e PMDB; são as Lideranças que faltam falar. Eu concordo
que foi feito um acordo, mas a Vereadora é Líder de um Partido e tem o direito
de falar.
O SR. NEREU
D’AVILA (Questão de Ordem): Eu não quero, de maneira alguma, constranger
Lideranças no devido tempo das suas Bancadas, eu nunca fiz isso, mas ocorre que
nós tomamos uma decisão. Então, ou nós mudamos a nossa decisão, ou cumprimos o
que foi decidido, sem inibição a nenhuma Bancada. Faltam apenas três?
O SR.
PRESIDENTE (Valdir Caetano): São três Bancadas: PSB, PMDB e PCdoB. Eu
pergunto aos Líderes do PMDB e do PCdoB se abrem mão da Liderança, assim a
Vereadora seria a última em Liderança.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: O PMDB abre mão para que possamos entrar na
Ordem do Dia imediatamente.
O SR. HAROLDO
DE SOUZA (Questão de Ordem): Presidente, por gentileza, eu só quero fazer uma
consulta: depois que abre o painel para verificação de quorum para entrada na
Ordem do Dia, pode-se voltar atrás e fazer essa alteração?
O SR.
PRESIDENTE (Valdir Caetano): Ela se manifestou antes. A Vereadora havia se
manifestado antes da abertura.
O SR. HAROLDO
DE SOUZA: Mas
V. Exª já havia aberto o painel.
O SR.
PRESIDENTE (Valdir Caetano): Ela já havia se manifestado antes.
O SR. HAROLDO
DE SOUZA: Desculpe,
mas isso aí está criando uma...
O SR.
PRESIDENTE (Valdir Caetano): Eu pergunto a V. Exª se o PMDB vai abrir mão da
Liderança, para que possamos entrar...
O SR. HAROLDO
DE SOUZA:
Já está aberta, desde que ela também abra mão para podermos entrar na Ordem do
Dia e respeitarmos o painel! É só isso. Eu estou fazendo esta colocação: depois que se entra na Ordem do Dia, com o painel acionado, dá para se
voltar atrás? Então, eu não entendo mais nada!
O SR. PRESIDENTE (Valdir
Caetano): Eu repito, Sr. Vereador, que ela manifestou o
desejo de falar em Liderança antes da abertura do painel. Eu pergunto se o PMDB
e o PCdoB abrem mão? Abrindo mão, então, a última Vereadora a falar em
Liderança é a Verª Maristela Maffei.
O SR. BERNARDINO
VENDRUSCOLO: Presidente, o PMDB abre mão, para
que possamos entrar na Ordem do Dia depois da fala dela.
A SRA. MANUELA
D’ÁVILA: O PCdoB também abre mão, Presidente; nós somos
outro Partido.
O SR. PRESIDENTE
(Valdir Caetano): Obrigado. A Verª Maristela
Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA
MAFFEI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, “ela” tem nome, eu me chamo Maristela Maffei e sou Líder da Bancada
do Partido Socialista Brasileiro. Só subi para esclarecer que eu havia, Ver.
Haroldo - por quem tenho muito respeito, V. Exª sabe disso -, manifestado a
minha vontade. Segundo, eu não estava na Reunião de Lideranças que foi
realizada pela manhã, não fui comunicada por ninguém sobre as decisões lá tomadas.
Sou uma Vereadora de bom senso, e, se tivesse sido comunicada, teria tido o
mesmo procedimento. De qualquer forma, eu não vou usar o meu tempo todo de
Liderança.
Apenas quero, neste
instante, manifestar o meu profundo pesar pelo estúpido assassinato do
empresário, nosso amigo de Lajeado, tabelião daquela cidade; e também pelo
filho do nosso amigo César, do Copão, da Rua Lima e Silva, que levou um tiro
num brutal assalto que houve na região da Cidade Baixa.
Não vou continuar a
minha fala em respeito à decisão de Mesa e de todas as Bancadas. Portanto, não
seria justo que eu continuasse neste momento. Na quarta-feira, eu faço o meu
pronunciamento. Muito obrigada, Sr. Presidente, de forma alguma esta Vereadora
pensou em tumultuar a Sessão. Eu quis apenas usufruir do meu direito. Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Luiz Braz): Agradeço, Verª Maristela Maffei. Havendo quórum,
passamos à
Eu suspendo
momentaneamente a Sessão para realização de Reunião Conjunta e convido o Sr.
Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Ver. Ibsen Pinheiro, para
assumir a presidência dos trabalhos para a votação de dois Pareceres.
(Suspendem-se os
trabalhos às 17h11min.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz – às 17h43min): Estão
reabertos os trabalhos. Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, vamos
retomar a Ordem do Dia.
A SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Sr. Presidente,
segundo acordo e viabilidade dada pelos presentes, sugiro que passemos,
primeiro, à votação do PLE nº 006/06, que trata da desafetação de uma área para
moradias populares, um importante Projeto do Executivo. Depois seguiríamos com
o PLL nº 244/05, do Ver. Bernardino Vendruscolo, e com o PLCL nº 032/05, do
Ver. Adeli Sell. Seriam esses três Projetos como proposta nesta Sessão.
O SR. NEREU D'AVILA: Estou surpreso,
Sr. Presidente, porque hoje foi combinado na Reunião de Lideranças que o
primeiro Projeto seria aquele relativo ao nepotismo, que está em segunda
votação.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em 2º turno,
está certo Vossa Excelência.
O SR. NEREU D'AVILA: Eu faço essa
observação porque já saiu no jornal que a Câmara deixou, por duas vezes, de
votar esse Projeto. Por isso, tem que ficar bem claro que as Lideranças hoje o
priorizaram; inclusive, do Governo, haveria outras matérias. E concordou a Verª
Clênia Maranhão que, após a Reunião Conjunta, seria votado o Projeto do
nepotismo. Agora, vem a Líder do Partido, que gosta de botar no jornal que nós
não votamos o nepotismo por isso ou por aquilo, querer transferir. Que fique
bem claro que a transferência da votação do nepotismo não é responsabilidade da
situação desta Casa.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação
nominal, solicitada pelo Ver. Mario Fraga, o Requerimento de autoria da Verª
Sofia Cavedon...
Quero dizer que, hoje pela manhã, eu presidia a
Reunião de Mesa e Lideranças, e realmente foi feito esse acordo referenciado
pelo Ver. Nereu D'Avila. Mas a Verª Sofia, notando que não havia quórum
suficiente para votarmos a matéria em 2º turno, resolveu sugerir uma nova ordem
de votação para o dia de hoje.
O SR. NEREU D'AVILA: Não é questão
aqui nossa, a questão é que elas refluem para os jornais, para a opinião
pública...
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Está certo
Vossa Excelência.
O SR. NEREU D'AVILA: Deixando-nos
mal. Então, eu quero registrar; a televisão é uma ponte que mostra que há 29
Vereadores presentes, e eu discordo com que não seja votada agora a questão do
nepotismo. Eu discordo.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Verª Sofia, já
que não há consenso para que possamos desfazer aquela ordem que foi
estabelecida pela manhã na Reunião de Mesa e Lideranças, eu pediria a V. Exª
que pudesse refluir àquele primeiro estágio. Se V. Exª quiser realmente que não
seja votado em 2º turno, que peça o adiamento, se é possível que possa haver
adiamento em 2º turno. Eu não sei se isso é possível. Eu lembro que nós não
pudemos votar aqui o adiamento de um processo meu que estava em 2º turno, e eu
pedia para que ele fosse adiado, não sei agora se muda essa orientação. Mas
faço essa exposição à Verª Sofia.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Apenas um
registro, Sr. Presidente: eu sou a primeira a cumprir a ordem combinada. Fiz
essa proposta diferenciada no momento em que apenas 24 Vereadores tinham
registrado a sua presença. De fato, agora são 30 Vereadores, nós temos quórum,
mantemos a ordem acertada pela manhã. O Ver. Oliboni, que é autor do Projeto,
encaminhará, então, um pedido de adiamento por uma Sessão.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A
Vereadora-Líder da Bancada petista mantém a ordem estabelecida pela manhã, da
qual ela mesma foi fiadora.
O Ver. Aldacir Oliboni apresenta Requerimento,
Ver. Nereu D'Avila, pedindo o adiamento por uma Sessão da votação do 2º turno
do PELO nº 007/05. O Plenário é que vai decidir.
Só
para referendar o acordo que foi feito pelas Lideranças, irei colocá-lo em
votação. Em votação o acordo feito pela Mesa e Lideranças. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação o Requerimento de autoria do Ver. Aldacir Oliboni que requer adiamento
de votação do PELO nº 007/05 por uma Sessão. O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, com a tranqüilidade
de quem não tem nenhum familiar no seu gabinete, nem nas proximidades, nem nos
limites do Município, nenhum parente - nenhum parente -, eu devo dizer que não
há o que prorrogar neste Projeto. Já deu tudo o que tinha que dar na imprensa,
na mídia, inclusive contra a Câmara Municipal. E agora eu quero dizer que não
há como aprovar, ele está fazendo o Cargo em Comissão em carreira. A Emenda
dizia que os Cargos não seriam considerados em carreira, o Substitutivo de V.
Exª dizia a mesma coisa. Então, o que é que nós estamos votando? Estamos
perdendo tempo. Nós temos que dizer “não” no 2º turno, e não há mais o que
fazer, não há o que alterar, porque não vai alterar na Redação Final. Sou pela
rejeição do Requerimento do Ver. Oliboni.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Aldacir
Oliboni está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de sua
autoria.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre
Presidente, nós não estamos aqui... Todo autor de Projeto não quer perder o seu
Projeto, e não é este Vereador que está obstruindo a idéia de ter os dois
terços, que são 24 votos, ninguém quer perder o Projeto. Nós estamos observando
que o Plenário tem restrição a algumas coisas, como essa que o Ver. Dib acaba
de levantar, que, por sua vez, apresenta contradição. Nós temos o Parecer e a
informação da DL - Diretoria Legislativa -, que, por sua vez, diz que há espaço
para a correção dessa frase tanto na Redação Final como num possível Projeto de
Lei, até porque o Projeto de Lei só vai ter validade daqui a um ano. Então, nós
temos tempo suficiente para fazer a correção necessária.
Nesse sentido, não se precisa criar um temor
diante da opinião pública e dos Vereadores para votar em contrário. Respeitamos
as opiniões em contrário, mas, com relação a um Projeto de tamanha grandeza, um
Projeto que a sociedade aguarda, não há sentido de colocarmos em risco. Por
isso, é um direito do Vereador encaminhar o adiamento por uma Sessão. Eu
conclamo as Lideranças para que possamos votá-lo na quarta-feira como Projeto
prioritário. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Nereu
D’Avila está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria
do Ver. Aldacir Oliboni.
O SR. NEREU D'AVILA: Sr. Presidente
dos trabalhos, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu
estou encaminhando contrariamente o adiamento, porque esta Câmara tem sido
colocada na berlinda da opinião pública pelo lado negativo, são feitas
reportagens procurando algumas questões, pontuais até, de posicionamento dos
Vereadores no Plenário, para serem refletidas na opinião pública na direção de
que esta Instituição deixa a desejar aqui, ali, acolá. É claro - eu digo para a
opinião pública - que nós temos os defeitos que todos têm, e virtudes,
certamente, que todos têm, mas procuramos, dentro das nossas limitações, fazer
o máximo pela população de Porto Alegre.
Então, com relação a esta
matéria, existem órgãos de imprensa que estão, todo os dias, apontando isso e
aquilo, colocando os heróis e os vilões. Inclusive, já por duas vezes, em 2º
turno. Parece que, por vontade própria, o que não é verdadeiro. Repito: não foi
verdadeira a afirmação, pelo menos no que tange à última Sessão, de que não
houve quorum deliberadamente para não se votar a matéria. Não é verdade! Houve
falta de quórum como nos Parlamentos sói acontecer, isso por vezes acontece,
mas não foi o caso.
No entanto, a maldade de algumas pessoas faz ser
colocado na imprensa que nós estamos com medo, ou com alguma posição dúbia em
relação à matéria. Ela foi aprovada em 1º turno e teria hoje - teve, repito -,
por parte das Lideranças e da Mesa, a prioridade para ser votada. Repito: a
Líder do Governo, Verª Clênia Maranhão, que está ali no Plenário, teria outras
sugestões de votação antes desta matéria. Foi levantada a questão de que nós
estamos sendo apontados como estando com má vontade em cima da matéria. Então,
a Vereadora-Líder do Governo refluiu e aceitou que, após a Reunião Conjunta das
Comissões, se votasse esta matéria.
Agora, vêm o autor e a Líder do PT dizerem que
havia 24 Vereadores presentes. Agora há 31. E com 31 o autor se recusa,
novamente, a votar a matéria. Então, está pensando que este Plenário é de
brincadeira? E o Ver. João Dib, carregado de razões, atentou no mérito da
matéria, apontando os defeitos intrínsecos, técnicos do próprio Projeto. Já nem
é o mérito da questão, “sim” ou “não” ao nepotismo, já é a tecnicidade malfeita
do Projeto. E por isso ele apontou muito bem, com a autoridade que ele tem, do
mais antigo Vereador desta Casa, assíduo, responsável, ranzinza, pode ser, mas
sempre responsável. Então, surpreende-me que se queira brincar com coisa dessa
seriedade! Lá está: há 31 Vereadores presentes, por que não se quer votar a
matéria? Mas o que está acontecendo? E quem não quer votar é o autor! Ele quer
ter a certeza de que haja 36 Vereadores e todos favoráveis, não respeita o
contraditório, não respeita a opinião de seus colegas. Ele quer as manchetes
dos jornais, quer eleger-se Deputado às custas de colocar seus colegas mal
perante a opinião pública! Se ele não é candidato, eu retiro essa frase, porque
não costumo fazer afirmações inverossímeis.
Agora, é estranho que nós todos queiramos votar
uma matéria, decidamos de manhã, por unanimidade, para que ela tenha prioridade
nesta tarde, e, quando chega a hora da votação, com 31 Vereadores presentes, o
autor não queira votar! Eu não sei o que está acontecendo!
Aqui, se vamos por um lado, estamos equivocados,
e, se vamos por outro, também estamos equivocados!
Então, por isso encaminho em nome da Bancada do
PDT: nós somos contrários ao adiamento, vamos colocar a matéria e decidir,
afinal esta matéria, que já está cansada de ser discutida, remoída e
mal-interpretada pela opinião pública, está esperando a nossa decisão.
Que venha essa decisão hoje, agora, com a nossa
responsabilidade!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria
do Ver. Aldacir Oliboni.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente,
Ver. Luiz Braz; apenas para recolocar algumas questões no lugar, pelo menos no
lugar da nossa avaliação, que é o melhor lugar. De fato, o Ver. Oliboni tomou
uma iniciativa que não é estranha nem extemporânea, é uma tendência, é uma
questão solicitada pela sociedade, no sentido de que avancemos nas medidas que
tornam o Estado público cada vez mais público. É esse o sentido, não é a caça
às bruxas, não é escolher quem é mais ético; é nós, como Câmara de Vereadores
da Capital, tomarmos mais uma iniciativa entre tantas que nos orgulham nesta
Casa, que vai distinguindo melhor o público e o privado. Gosto - já disse aqui
- da definição que a Marilena Chaui faz: “Em vez de ética na política, é ética
da política”, inclusive apontando como um erro do PT. A ética não está nas
pessoas, nos indivíduos; a ética, na relação pública, deve estar, cada vez
mais, garantida nas instituições, pelo processo coletivo dessas pessoas. Não
está na virtuosidade do príncipe o bem-gerir a virtuosidade do Estado, mas está
no quanto o Estado avança nos mecanismos que a garanta.
Quando o Ver. Nereu fez aqui, legitimamente, a
demarcação, deixando claro que a base do Governo concordou em votar, e que quem
agora protela é o autor da matéria, ele faz com legitimidade. Eu quero aqui
lembrar que nós tivemos que nos esforçar bastante para iniciar este debate,
para colocá-lo na Ordem do Dia em primeira votação. Nós tivemos Pareceres
derrubados, fizemos todo o processo necessário e queremos, sim, que esta Casa
vote, aprove. É legítimo o pedido do autor da matéria, é regimental o
adiamento, o adiamento não é um oportunismo ou, como o Ver. Nereu quis
caracterizar aqui, ignorar o contraditório, ou querer não aceitar o voto
diferenciado. É a escolha regimental que um autor tem para definir o melhor
momento da votação, exatamente pelo compromisso que tem com a idéia que quer
ver aprovada.
Então é legítimo, a Bancada do Partido dos
Trabalhadores avaliou, junto com o Ver. Oliboni, que não havia quórum político
para aprovar. Acho desastroso esta Casa rejeitar o Projeto, neste momento acho
que não ajuda. Ver. Nereu, não sei, não entendi, no seu encaminhamento, qual
será o voto da sua Bancada, mas não acredito que o PDT não ajudará a dar mais
esse passo importante, um passo que legitima a instituição pública, um passo que
se coloca na contramão da avalanche que querem fazer conosco, com as
instituições, no sentido de tirar toda a legitimidade.
Nós podemos ter problemas individuais,
partidários, mas não são as instituições, como o Parlamento, que democratizam a
sociedade, em si não são suficientes, mas são fundamentais para que o Poder
seja diluído, para que haja controle sobre o Executivo, para que haja controle
sobre a própria ação do Parlamento, não é o Parlamento que tem de perder a sua
legitimidade.
Então acho que essa preocupação do Ver. Oliboni
deveria ser a preocupação de todos aqui que acham fundamental aprovar este
Projeto, inclusive sua, Ver. Nereu, avaliando que não há votos suficientes, aí
sim, devemos protelar. Acho que, se votarmos agora, por votar hoje, que é a
nossa vontade, devemos votar conscientes de que aprovaremos. Eu me
envergonharei muito desta Casa, se esta Casa, no ano de 2006, quando a
sociedade clama por medidas saneadoras para todos os Partidos e para todas as
esferas, Ver. Mario Fraga, não der esse passo importante. Resolve um dos
problemas, avança num aspecto, e existem muitos outros aspectos, nós temos de
avançar na Reforma Política, na lista, na fidelidade partidária, por exemplo,
porque esta Casa também tem troca-troca de Partidos. Então, há muito que
avançar. Mas em pequenos passos é que nós avançamos. E acho que Porto Alegre
merece uma Câmara de vanguarda.
É este o encaminhamento que eu quero fazer. Para
votar hoje, nós temos de coletivamente garantir que ele será aprovado, senão
será lamentável, será um episódio lamentável que estaremos protagonizando nesta
Casa!
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de
autoria do Ver. Aldacir Oliboni.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente,
Ver. Luiz Braz; colegas Vereadoras, colegas Vereadores, eu, sinceramente, acho
que este tema não deve ser tratado com fundamentalismo. Eu acho que há um
conjunto de ações que precisamos avançar, Ver. Paulo Odone, entre elas, esta.
Agora, eu sou obrigado a remontar este Processo, porque na verdade eu sou
Vereador há cinco anos, estou Vereador há cinco anos. É bom lembrar que o PT
foi Governo por 16 anos nesta Cidade, que o João Verle, que foi Vereador desta
Casa, depois foi Vice-Prefeito, depois assumiu a Prefeitura, apresentou nesta
Casa aquilo que eu chamo de “projeto borracha”, vai e volta, “projeto
elástico”. Por que ele colocava o Projeto, e havia reuniões, conversava com
Fulano, com Beltrano, engaveta-se o Projeto. E aí, como os senhores sabem, até
a mudança do Regimento, no final de cada ano, os Projetos eram arquivados.
Agora é diferente, arquiva no final de cada
Legislatura. Então, o “projeto bumerangue”, ou o “projeto borracha”, ficava lá.
Quando o Plenário não estava muito bem, não votava as coisas do Governo, tirava
o Projeto de novo da gaveta, e de novo havia processo de negociações. Inclusive
o Sr. Tarso F. H. C. empregava a cunhada. Lembra da história? Parece que era
uma boa secretária, excepcional figura.
Então, quero dizer que o meu amigo Oliboni, um
excepcional Vereador, ou a Bancada do PT, deveria ter feito isso lá atrás. E
não vou tratar isso com fundamentalismo, acho que cada um navega o seu mandato.
Eu não vou condenar quem emprega parente, não vou fazer isso. Eu fiz a opção de
não empregar. Nunca fiz e não pretendo fazer, mas não vou condenar quem o faz,
porque acho que há coisas muito piores na vida pública do que tratar isso com
fundamentalismo e dizer que Fulano emprega parente, que tem mandato viciado.
Não. Acho que há gente muito competente nesta Casa e fora desta Casa com
excepcionais mandatos. Então, não vou tratar isso desse jeito.
E eu não poderia deixar de fazer este relato,
porque isso é verdadeiro. Usaram esse Projeto durante todo esse tempo, pelos 16
anos, como moeda de troca nesta Casa. Agora, na oposição, “vamos a todo o
vapor, porque somos oposição”. Acho que isso pega mal na política, porque eu
não posso ter um discurso na oposição e outro no Governo. Princípios não se
negociam; princípios são princípios.
Eu também vou votar pelo não-adiamento, porque a
“mulher de César não basta ser; tem de parecer ser”, qual seja, votei “sim”,
votarei “sim” hoje, votarei “sim” amanhã, votarei “sim” depois. Então, já que
há voto suficiente, vamos votar a matéria.
Mas eu queria dizer ao meu amigo Oliboni, que é
um bom Vereador, que a Bancada do PT poderia, nesses 16 anos, no primeiro ano,
em 1989, quando o Olívio ganhou a eleição, ter dito: “Nós, do PT, das lutas
populares, da Esquina Democrática, da Praça da Sé, que luta sempre pela ética
na política, estamos apresentando o Projeto da transparência, para não empregar
parentes.” Não fizeram isso. Que bom que as pessoas mudam, que bom que houve
avanço, e que bom que a Bancada do PT avançou em algumas coisas, mas refluiu em
muitas outras coisas que pregaram durante 25 anos. Em muitas coisas eles
voltaram atrás, mas em outras tantas avançaram. E, em relação a isso, achamos
que houve avanço.
Portanto estamos com V. Exª, Ver. Oliboni.
Estávamos antes e esperávamos que este Projeto tivesse sido votado na época do
PT, mas não o foi. Então, que seja agora. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação
nominal, solicitada pelo Ver. Sebastião Melo, o Requerimento de autoria do Ver.
Aldacir Oliboni. (Pausa.)
O SR. ERVINO
BESSON
(Questão de Ordem): Ver. Luiz Braz,
consulto Vossa Excelência: os Vereadores que estão presentes no plenário hoje
não deram a presença. Qual será a decisão de Vossa Excelência?
O SR. HAROLDO
DE SOUZA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu queria fazer uma outra
pergunta: a pessoa que faz um Requerimento não tem obrigação de votar?
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Infelizmente, dentro do nosso Regimento, não
existe essa obrigação.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB (Questão de ordem): Sr. Presidente, Vereador que não vota na
Ordem do Dia é considerado ausente. Ausente, não importa se deu presença. É o
primeiro Requerimento da Ordem do Dia, não vota, é considerado ausente. Está
escrito no Regimento.
O SR. MARIO
FRAGA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, para auxiliá-lo e auxiliar
todos nós, V. Exª poderia encaminhar essa questão à Comissão de Constituição e
Justiça, já que o autor fez o Requerimento e não está presente, para nós
decidirmos, ver como funciona.
O SR. PRESIDENTE
(Luiz Braz): Ver. Mario Fraga, essa questão já tem decisão, inclusive, da
Comissão de Constituição e Justiça. Não existe, realmente, essa
obrigatoriedade, infelizmente, para todos nós.
O SR. NEREU
D’AVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, tendo em vista que o autor do
Requerimento “evaporou-se”, fica prejudicado o Requerimento, como se o
Requerimento não tivesse existido. Fica para a próxima Sessão.
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Ver. Nereu D’Avila, podemos remeter essa questão
para a Comissão de Constituição e Justiça, para que ela decida novamente,
porque os pareceres da Comissão podem ser reformulados sempre que existir um
entendimento diferente por parte dos seus membros. O entendimento que existe,
na atualidade, é que o autor do Requerimento não precisa dar a sua presença,
infelizmente, para todos nós. Acredito que não é uma coisa muito lógica, mas é
o que entende a Comissão no último Parecer que existe por lá.
O SR. ERVINO
BESSON: Por
gentileza, nobre Presidente, gostaria que V. Exª lesse, nominalmente, os
Vereadores presentes neste momento no plenário.
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Treze Vereadores registraram presença, mais este
Presidente, porque o Presidente não vota, quando é maioria simples: Ver. Ervino
Besson, Ver. Mario Fraga, Ver. Nereu D’Avila, Verª Neuza Canabarro, Ver. José Ismael Heinen, Ver. Valdir Caetano,
Ver. Haroldo de Souza, Ver. Ibsen Pinheiro, Ver. Sebastião Melo, Ver. João
Antonio Dib, Ver. Claudio Sebenelo, Ver. Alceu Brasinha e Ver. Cassiá Carpes.
Esses são os treze Vereadores que registraram suas presenças no momento da
votação. Os outros Vereadores ou não estavam presentes, ou estavam presentes e
não registraram as suas presenças.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, registraram os seus votos, e não as suas
presenças.
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Os votos, na verdade, Ver. João Dib, são
manifestados por todos os Vereadores que estão presentes. Pelo menos, é
obrigação dos Vereadores manifestarem os seus votos. Agora, é uma opção do
Vereador votar ou não.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr.
Presidente, apenas para fazer um registro aqui, tantos registros foram
feitos...
O SR. MARIO
FRAGA:
Uma Questão de Ordem, Vereador, uma Questão de Ordem...
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): A Sessão já está encerrada, porque há treze
Vereadores, nós não temos quórum para prosseguir, mas a Verª Sofia está com a
palavra.
A SRA. SOFIA
CAVEDON (Questão de Ordem): O Regimento não é imperativo, não obriga o
Vereador a registrar a sua opinião. E acho que ele é sábio e inteligente nesse
sentido. Agradeço.
O SR. NEREU
D’AVILA:
Acabamos de assistir a uma Sessão de ectoplasma. O espírito não está presente,
falou...
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h13min.)
* * * * *